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mãedocoraçãosoueu

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PAIS E AVÓS

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A Diana tem uma paixão por estes avós que começou antes de se "apaixonar" por mim.

Rimos juntos, discutimos juntos mas não nos zangamos, aliás nunca me zango com vocês pois se vos perco  como vou pedir desculpa por ter sido estúpida, sim eu às vezes consigo ser muito estúpida, não mal educada, mas chamar-vos à atenção sobre coisas às vezes tão  banais que nem faz sentido, depois arrependo-me, e passa logo, nesse aspeto acho que tenho bom feitio , passa logo.

A FAMÍLIA

Ontem chegou o pessoal da Autrália, aquela família que só vemos de 5 em 5 anos e que depois ficamos na dúvida se alguma vez iremos voltar a ver, veio a madinha, a prima e a filha da prima, no meio do caos aqui instalado, pois até há quem vá dormir no sofá durante 5 semanas, mas é por uma boa causa, espero continuar a conta a nossa história, aliás a história da Diana, vou tentar arranjar um tempinho, assim como agora em que tudo dorme e o gato acalmou, pois! o gato às 6 da manhã já pede o pequeno almoço, e se não llho dermos ele não pára de miar.

O padrinho não veio pois já faleceu, lá está partiu e nós aqui não tivemos oportunidade de dizer o último adeus, mas a vida é assim, só me entristece ver o meu pai tão nostálgico pois eram amigos desde a guerra colonial, e foi através dele que o meu pai encontrou a minha mãe e voilá cá estamos nós, UMA FAMÍLIA.

Beijinhos e até já

EIS QUE SURGE MAIS UM PROBLEMITA!!!!!!!!!!!!!

Ainda com várias situações para resolver eis que surge mais um problemita, a pequena Diana fazia constantemente xixi nas cueca, durante a noite não, por incrivel que pareça, mas na escola era todos os dias, como já tinha referido anteriormente bastava-me atravessar a rua sair do emprego e estava na escola, assim sendo entreguei a uma das auxiliares educativas uma muda de roupa e toalhitas para qualquer eventualidade, ora essa eventualidade acontecia todos os dias, todos os dias eu recebia uma chamada e lá tinha que ir mudá-la, perguntava-lhe sempre porquê e ela tinha sempre uma justificação:

- A casa de banho estava oucupada

Mas não era bem esse o caso, o que acontecia é que a Diana como vibrava com o recreio,era a parte favorita de estar na escola, quando tocava para entrar já não tinha tempo de ir à casa de banho, logo na sala de aula se vinha a vontade, fazia e pronto.

Falei com ela e expliquei que os colegas iam começar a reparar e fazer comentários que a iriam deixar triste, mas ela dizia que "não mãe os meninos não reparam nisso". Ela não tinha ideia que as crianças às vezes podem ser tão crueis!!!

Um dia houve em que estou na casa de banho da escola a mudá-la e vejo várias miudas a espreitar para ver o que se passava, e a Diana estava a rir-se, ria-se, eu ausentava-me da empresa para mudar a minha filha, podia ter problemas, mas nesse aspeto os meus patrões por acaso eram compreensivos, e a minha filha ria, passei-me e dei-lhe uma palmada valente no rabo além de um belo sermão, desculpem os pais mais susceptiveis, mas nós mães e pais somos humanas, e eu sou adepta que uma palmada na altura certa......

do riso passou ao choro, eu simplesmente mudei-a guardei a roupa suja e fui trabalhar, o que é certo é que não tive que ir mais vez nenhuma à escola ela passou a ter regras em relação ao xixi, óbvio que cueca e calça iam todos os dias para lavar, pois ainda fazia um bocadinho, mas não ao ponto de ter que a ir mudar diáriamente.

No 3º ano, com a professora Amélia houve um dia em que fez na sala de aula e sem que ninguém percebesse limpou com o casaquito de malha.

Podem perguntar, não teria a criança algum problema?

Não, não tinha, uma das consultas quando começou a ser seguida no Pedro Hispano foi Urologia, e a conclusão é que associada à imaturidade dela havia uma preguicite aguda para o qual os médicos não têm solução.

Mas sobre as consultas falarei num outro post.

 

A HISTÓRIA DA PROFESSORA AMÉLIA

Tal como falei no post anterior a história da professora Amélia levou-me às lágrimas, foi nesse dia que comecei a perceber o porquê da debilidade dela.

Casou com o homem da sua vida, teve um filho,  tinha o filho 5 anos quando soube que tinha um tumor na cabeça, foi operada correu tudo bem e o marido esteve sempre ao seu lado, quando lhe foi dito que o tumor tinha desaparecido por completo o marido deixou-a e ao filho e foi viver com outra pessoa.Entretanto novo tumor, desta vez no intestino, foi operada com sucesso, mas tudo isto a fragilizou, estando ela recuperada, a irmã descobre que tem um linfoma, bolas até me custava a acreditar, era muita informação negativa para digerir, entretanto ela agarra-me as mãos e diz, que embora já tivessem passado 20 anos, ainda amava o marido e esperava que ele ainda voltasse, 20 anos!!!! 20 anos a amar uma pessoa que a abandonou na altura mais frágil da sua vida, não me contive, não consegui, chorei, choramos as duas era inevitável.

Com toda esta bagagem, eu compreendia a falta de paciência para lecionar, e tudo na vida acontece por algum motivo, gostei de conhecer a professora Amélia, ainda tenho o contacto dela, tenho que lhe ligar pois ela está ansiosa por estar com a Diana, está sempre a perguntar pela pequenita que ela conheceu.

 

EIS QUE SURGE UM ANJO!!!

Ainda relativamente à escola, com a retenção da Diana no 2º ano, quando transitou para o 3º , como é inevitável mudou de professora, professora Amélia, boa senhora, mas infelizmente muito doente, aliás uma doença muito grave, mas que estava controlada, e com uma história de amor, que quando contada na 1ª pessoa, na reunião de fim de ano quando ficamos sozinhas, me levou às lágrimas.

A professora Amélia devido à sua fragilidade não conseguia ajudar uma criança com as dificuldades e lacunas da Diana embora estando a repetir o ano, ainda apresentava, continuamos com negativa a todas as disciplinas, as cianças que não tinham problemas de aprendizagem conseguiam as crianças como a minha não.Devo salientar que o ATL embora quisesse não podia fazer mais, os TPC eram a prioridade.

Entretanto após 2 anos a Diana transita para o 4º ano, a professora Amélia entretanto consegue a reforma e merecia.

No 4º ano aparece-nos um "anjo" o professor Paulo Gaspar, no dia da apresentação disse-lhe:

- Professor a Diana nunca tirou positiva.

- Não se preocupe comigo vai conseguir.

E vim embora com a esperança que tal acontecesse mas eu sabia que iria ser difícil.

No fim do ano letivo e reunido a sós comigo o professor Paulo confidencia-me que nos anos de trabalho até à data a Diana foi a segunda criança a deixá-lo frustrado por não ter conseguido atingir os objetivos que tinha para ela.

- Paula deve sentir-se frustrada como eu não?

-Não professor, já me habituei a aceitar o que a Diana me dá, se der pouco eu aceito, se der muito aceito da mesma maneira, só quero é que ela esteja feliz, seja feliz.

- Eu é que fico feliz por a ouvir dizer isso.

Escusado será dizer que a Diana transitou para o 5º ano pois já tinha 11 anos.

Quando digo que o professor Paulo foi um anjo que surgiu na nossa vida, foi porque conseguiu inserir a Diana no ensino especial, algo que eu não consegui durante todos aqueles anos, assim sendo 2 meses antes de terminar o 4º ano ainda usufruiu desse apoio, mas o importante é que iria para o 5º insrida no ensino especial, e devo dizer, muito , muito benéfico.

OBRIGADA PROFESSOR PAULO GASPAR

 

 

OS ESCUTEIROS

Não querendo cansar com as histórias da escola, que ainda vão continuar, quero falar agora dos escuteiros.

Sempre tive uma ideia fixa, quando tivesse um filho, fosse biológico, adotado ou mãe de acolhimento, eu queria que fosse para os escuteiro, assim sendo, inscrevi a Diana ainda com 6 anos, conheci mães de outras crianças que os inscreveram aconselhadas pelo pedopsiquiatra, mas eu não, era uma vontade, não sei explicar, e agora ao fim de 9 anos a Diana já é Pioneira e gosta, aliás adora, os escuteiro foram uma ajuda fundamental na educação da miúda, ajudaram a reforçar os conceitos que eu incutia na Diana, respeitar o próximo, ser humilde,  honesta, partilhar, ajudar, trabalhar em grupo e obedecer, claro está que quando ela entrou foi para os Lobitos, ainda tinha  o gás todo, coitados!!!!!

Quando a ia buscar, mais uma vez encontrava-a empoleirada no colo do chefe Agostinho, aquilo fazia-me confusão, sempre fez e eu pedi que não  permitissem tal, nunca com receio fosse do que fosse, atenção não me interpretem mal, para mim são pessoa idóneas sempre foram, mas se a deixassem continuar a fazer aquilo, dificilmente acabaria, lá está respeito, obediência, é óbvio que quando ela entrou eu tive que lhes contar a historia da pequenita.

Com os escuteiros vieram os acampamentos, uma boa maneira de a fazer descolar-se um bocadinho de mim, deixar a asa da mãe, e assim foi,primeiro acampamento toda feliz, mas quando chegou a chefe veio ter comigo e disse-me para falar com ela pois tinha chorado e não disse o motivo, foi algo que os preocupou, não perguntei nada eu sabia o motivo, a Diana teve medo que eu não a fosse buscar, que a bandonasse, era legitimo que o pensasse , e eu sei isso pois no regresso quando me viu os olhos dela brilharam e aquele " carrapito" veio a correr que nem uma louca ter comigo e agarrar-se às minhas pernas.

Depois desse episódio tranquilo, venham mais  acampamentos pois ela ficou com a certeza que no dia da chegada eu estaria lá.

Ao longo do tempo nos Lobitos foi acalmando, mas foi nos Exploradores, já com 10 anos que tudo melhorou, e agora nos pioneiros com 15, os chefes "impuseram-lhe" como objetivo ultrapassar a timidez, a Diana em grupo não fala, os chefes querem conversar com ela e nada, só diz sim, sim, nada mais, ironia, passou do oito para o oitenta.

Agora como Pioneira vai para os acampamentos e já não me telefona, como fazia nos Exploradores ( nos lobitos ainda não tinham telemóveis, como é óbvio), porque estes eram-lhes retirados e só podiam ligar com os pais a uma certa hora e durante 5 minutos, concordo, senão em vez de participarem nas atividades estavam colados ao aparelho, mas naqueles 5 minutos que tinha ligava.

Agora nos Pioneiros ( 14 aos 18 anos) já lhes é permitido andar com o maldito aparelho, e perante essa possibilidade ela não liga, mas eu também não:).

MÃE

Devo dizer que não ne recordo quando a Diana me começou a chamar mãe, não registei nem dia, mês, aceitei este nome tão naturalmente como se ela fosse a minha bébé e começasse a falar, e a primeira palavra fosse essa.

Mas ante disto acontecer a assistente social ligou para saber se estava tudo a correr bem e perguntou de imediato se a Diana já me chamava mãe, e eu disse a verdade, não, não me chama, indignada, passou-se porque na opinião dela a Diana já o devia ter feito, a minha opinião era bastante diferente, quando criança me visse como mãe começaria a pronunciar a palavra, ela tinha tanta informação para processar, que há que dar tempo ao tempo, e de repente, BAM, mãe, mãe mãe.

O mais caricato é que após me começar a chamar mãe e como era uma tagarela era mãe a todo o minuto, Oh mãe, mãe, mãe, bastava eu estar distraida com algo que ela repetia a palavra sem exagero uma 5 vezes, ainda hoje o faz, às vezes estou com o pensamento em outro sitio e como não a estou a ouvir, e ela sabe, lá começa, mãe, mãe, mãe " não ouviste nada do que te disse pois não?"

"Não filha repete outra vez" e assim o faz.

No trajeto de casa até à escola e meu respetivo emprego, que como já referi era mesmo ao lado, e na boleia do meu pai pois eu não conduzo, ainda sem o efeito da medicação ela repetia a palavra mãe, mais de 5 vezes era impressionante, esta palavra esteve presa no coraçãosito dela durante tanto tempo e agora estava a expulsá-la mas de uma maneira vertiginosa.

O meu pai no trajeto disse 2 coisas que não me esquecerei mais:

1ª - Como te sentes ao ovi-la chamar-te mãe? 

    - Normal pai, é como se já mo chamasse desde sempre

  2ª ( a  mais engraçada de todas)

- Se eu fizesse uma viagem de carro com vocês até ao Algarve, a meio do caminho, nem tanto, dava a volta e vinha para trás, é que a miúda parece um papagaio e gasta-te o nome ( mãe), eu ficava louco:)

Foi engraçado, há coisa que nos ficam gravadas e não se apagam, vão para a gavetinha do lado direito, sabem aquela onde guardamos as boas memórias, vocês sabem qual é.

 

      

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