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mãedocoraçãosoueu

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O DIREITO DE ERRAR

Quando conheceram a Diana, amigos e familia toda a gente era da opnião que eu me estava a meter numa situação muito, mas muito complicada, contudo eu ouvi, registei e filtrei,eu tinha as minhas convicções e nunca iria desitir delas.

Os amigos e  familia são importantes, são o nosso porto de abrigo,  os nossos conselheiros, o nosso ombro para chorar, e todas as suas opiniões são preciosas, mas somos nós quem tomamos a decisão final, e eu até à data não me arrependo da decisão que tomei. Tenho muito orgulho na filha que tenho, e, espero que este sentimento perdure até ao fim da minha vida.

Durante a nossa vida temos o direito de errar pois o que não nos mata torna-nos mais fortes.

 

O QUE NOS MOVE

Esta história de amor não teria acontecido, sem o fim infeliz de outra história de amor.

Após o fim de dez anos de uma relação com uma pessoa já com uma filha, e não querendo mais eu fiquei só e sem realizar o meu sonho de ser mãe, o mundo de repente desabou, aquilo que achava como certo, afinal não era, sempre fui muito ingénua.Chorei, chorei durante muito tempo, por isso agora  não choro, pois as lágrimas esgotaram, é que não choro mesmo, com a Diana foi diferente eram lágrimas que me limpavam a alma, para no dia seguinte me erguer e continuar a " batalha". Aliás,minto, choro quando vejo programas sobre crianças que sofrem e desculpem sei que não tem comparação, quando vejo programas sobre animais maltratados ex: SOS animais, prefiro não ver pois sei  que que vou chorar.

Tenho uma amiga que me dizia: " chora pois as lágrimas limpam a alma" e é bem verdade.

Agora compreendo que nada acontece por acaso, aquela relação tinha que terminar pois eu tinha a Diana à minha espera, já estava escrito, disso não tenho dúvidas, as dúvidas com as quais fiquei, dúvidas não, convicções, é que não acredito em relações para toda a vida, sempre acreditei, sempre quis envelhecer ao lado de um grande amor, mas já não acredito, e tenho pena, pois os filhos criam asas e voam, eles não são nossos são do mundo, mas o amor de uma casal é só deles, se claro, fôr verdadeiro, ainda existem amores verdadeiros, eu sei que sim, ainda há quem morra pois tem saudade de quem já partiu, acredito piamente, mas...............................................

Foi esta descrença no amor que me fez amar de outra maneira, como mãe.

É isto que nos move.

“Todos nós temos uma responsabilidade: dar o melhor de nós, e o que temos de melhor é a fé. Temos que dar a fé, mas com o exemplo. Não com as palavras, hoje as palavras não servem. Neste mundo da imagem, todos têm um telemóvel não precisam de palavras. Que exemplo damos?”

Palavras de Papa Francisco

 

E CONTINUA A NOSSA HISTÓRIA

Em Janeiro a Diana vem viver comigo, começa assim o processo de pré- adoção, aquela fase onde podemos devolver a criança, estão a ver????? A Diana não me chamava mãe, era Paula isto, Paula aquilo, não me incomodava de todo, pois naquele momento o que representava eu para aquela criança? Contudo ao meu pai e mãe ela chamava avô e avó, vá-se lá entender porquê, também nunca a questionei sobre isso. Há que ter em conta uma questão muito importante, todas as crianças têm personalidade própria, não a podemos mudar, podemos sim moldar, eles têm esse direito, eles têm direito a ter a sua personalidade, nasce com eles, o que nós podemos e devemos fazer é educá-los, encaminhá-los para o caminho certo mas e acima de tudo impor-lhes regras,disciplina, nesse aspeto devo dizer que fui apelidada de "Hitler" eu era muito rígida com as regras e disciplina. Chorei, chorei muito pois para lhe incutir os meus valores, aquilo que ela devia seguir como sendo um código de conduta, foi muito difícil, mas lavada em lágrimas dizia sempre: - Não a vou devolver, não a vou devolver. A Diana tinha uma personalidade muito forte, foi a maneira que ela arranjou para se defender claro, tendo em conta tudo o que passou e o que se estava a passar, pois no fundo era a descoberta de um mundo desconhecido, uma nova vida com pessoas desconhecidas que lhe iriam dar o quê? Nunca chorei à frente dela nem nunca lhe pedi desculpa por a castigar pelo facto de não me querer obedecer e de ser muito, mas muito teimosa querendo sempre impôr a vontade dela. Ela chorava no andar de cima, na cama eu chorava no andar debaixo, no sofá ao lado da minha mãe que nada dizia, apenas me ouvia. Emagreci 10 Kilos, sim 10 Kilos mas, perdi as forças, desesperei, mas nunca perdi a fé.

A HISTÓRIA CONTINUA

Depois das saídas com a pequena Diana, demos um novo passo, as visitas a minha casa.

A Diana adorava vir cá, mas em termos de brincadeiras nada a satisfazia, e ela tinha uma atitude muito caricata, que na altura eu não achava muita piada, mas agora rio-me quando me lembro de tal, ela amuava, cruzava os braços e não queria fazer nada, se lhe propunha outra  brincadeira qualquer, encolhia om ombros repetidamente e batia nas mãos cosecutivamente querendo com isto dizer, Oh! quero lá saber. É importante frisar que a Diana não parava um minuto, não brincava durante muito tempo com a mesma coisa, nem tampouco via televisão durante, deixa lá ver!!!!Hummm!!! 5 minutos.

- Oh meu Deus que poderei eu fazer para que ela pare, pensava eu para os meus botões.

Já se estava a ver que não ia ser tarefa fácil, e não foi.

 

Como estavamos em Dezembro passou o Natal comigo, a mesma coisa, uma energia inesgotável, e eu não podia estar à mesa a conversar em família pois ela não o permitia, queria fazer um número de coisas sem fim.

Ano Novo, a mesma coisa, os familiares começavam a perder a paciência pois não estavam habituados a tanto rebuliço, por e simplesmente ninguém conseguia estar um minuto à conversa.

Começaram os comentários:

- Paula pensa bem no que vais fazer.

Só o meu pai dizia:

- Não acho piada nenhuma que a criança tenha que regressar à instituição, não entendo!!!

E a princesa lá regressou de novo ao seu castelo. 

 

 

 

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