Estamos no Inverno, chove, por esse motivo colocar as roupas das camas tapetes e afins, a arejar é uma missão impossível.
Lavar tudo isso, outra missão impossível.
As casas por estarem sempre fechadas ficam com um cheiro a humidade, falo por mim, a minha casa não tem humidade mas o cheiro é diferente, e eu que tenho uma noia com os cheiros.
Então o que fazemos?
Misturamos água, um pouco, um pouco de alcool e amaciador dentro do borrifador abanamos bem e teremos um cocktail fantástico.
Depois é só borrifar, cortinas, almofadas, tapetes, carpetes e as divisões de vossa casa irão ficar com um cheirinho.
Experimentem e depois digam o que acharam desta sugestão.
Quero falar sobre algo que ouço com frequência desde criança: "esse é o meu destino".
Sendo mais específica, vou falar disso no que diz respeito aos relacionamentos.
Ao longo dos anos tenho percebido que as pessoas andam constantemente em círculos e muitas queixam-se de situações que sempre se repetem.
Algumas percebem as sucessivas frustrações amorosas como um destino, ou seja, algo sobre o qual elas não têm nenhum controle ou poder para mudar.
Será mesmo?
Compreendo que algumas pessoas têm um verdadeiro pavor em ficar sozinhas, diante disso, elas sujeitam-se a um qualquer relacionamento para terem o status de “relacionamento sério” e, salvo não querendo estar errada em tempos de redes sociais, esse desespero parece mais evidente.
Muitas pessoas saem de uma relação abusiva e, ainda destroçadas emocionalmente e partem de imediato à procura de outro companeiro.
Como se estivessem a fugir de si mesmas, de um confronto íntimo assim sendo mergulham de chofre na primeira oportunidade que aparece.
Elas não se permitem fazer o luto da ruptura.
Não permitem, não se dão ao trabalho para olhar para dentro de si mesmas e fazer uma auto análise.
Ter alguém de novo nas suas vidas acaba por se tornar uma questão urgente, inadiável, ainda que o novo candidato não tenha nada a lhe oferecer, e o que é pior, evidenciando total incompatibilidade com ela.
Desta forma, tudo se repete.
Por estar tão fragilizada, a pessoa não exige nenhum critério do outro para se envolver.
A questão aqui é ter alguém para se sentir acompanhada, ainda que seja uma fonte geradora de stress e desgaste emocional.
E a cada ruptura sua imunidade emocional vai se esvaindo até chegar a um ponto em que ela perde por completo o seu poder de discernir entre o que pode ou não ser tolerado numa relação.
Isto só vai passar quando a pessoa decidir dar um "chega" e focar-se em si mesma.
É preciso compreender que o outro não vai nos acrescentar nada enquanto não estivermos bem com nós próprios.
E outra coisa, dificilmente uma pessoa que está mal consigo mesma vai atrair alguém com quem se identifique. Alguém que não se aceita e que acredita que só tem valor se tiver uma companhia acaba por atrair parceiros tóxicos que acabam por validar essse sentimento de menos valia, é como um ímã.
Mas não entenda este texto como uma crítica, sei que quem se comporta assim precisa de ajuda e não de julgamento.
Só quero alertar para que, se for o seu caso, procure ajuda, não precisa de ser necessáriamente ajuda médica, têm os amigos a família.
E se têm alguém com este perfil ajudem.
A pessoa pode até não vos ouvir e continuar no mesmo caminho, mas pelo menos vocês sabem que tentaram.
Ressalvo que relacionamentos infelizes não são o nosso destino, são escolhas que fazemos por não acreditarmos que merecemos ser felizes.
Tudo o que vocês precisam é serem vocês mesmos e isso não deveria ser uma coisa difícil.
É como encontrar o caminho de casa depois de um longo e cansativo dia e o tempo a ameaçar uma tempestade.
Há uma urgência para chegar em casa.
O instinto guia-nos até ao nosso lar, ao nosso abrigo ao nosso porto seguro.
Apressamos o passo, pensamos no banho quente, nas roupas limpas, no livro ou série que queremos continuar a ver, nos pais que estão à nossa espera, na filha que anseia pela nossa chegada.
Abrimos a porta e sorrimos.
Lar doce lar.
Pensamos: “que sorte tenho de ter um canto, um espaço ao qual posso chamar lar!”
É nesse espaço sagrado que é possível relaxar!
Sermos nós!
Despirmo-nos das máscaras e culpas trazidas por dias de opressão.
Por uma cultura que modela o ser para a opressão.
E esse espaço sagrado está em nós quando entendemos que o nosso corpo é o nosso templo e o nosso coração é o nosso guia.
Essa sim é a verdadeira morada do ser que deve ser o abrigo de todas as tempestades.
Quando nos sentimos seguras de nós mesmas, pode cair o mundo la fora, que aqui dentro estarei de meias, pijama de algodão na melhor companhia da vida, eu os meus e todos com a mesma em paz.
O encontro com este lar vem por meio do relaxamento, da entrega absoluta do ser para silenciar o ruido que atrapalha o coração de se manifestar. Quando silencio, ouço a batida do meu tambor e percebo que há vida em mim e que ela vale muito.
Deixo de prestar atenção e de acreditar no que dizem sobre quem sou e redescubro-me.
Ganho confiança, entendimento.
Tomo as rédeas soltas e as chaves do meu lar e tranco a porta aos maus pensamentos lugares e pessoas.
Tomo propriedade de mim, coloco-me em prioridade.
Quando o faço eu escolho com amor quem entra e sai.
Escolho quem deve ficar para mais um café, ou quem convido a sair, com gentileza e descrição.
No meu lar, faço tudo para para que ele se mantenha limpo e organizado.
Liberto as águas más, arejo os espaços, encho-os com flores, música e danço.
Danço conforme a música que escolho sem medo do julgamento que os outros vão ouvir ou dizer.
Afinal, quem são eles?
Aprendam a ser proprietários do vosso espaço sagrado.
Cada um na sua vida mas não são vizinhos problemáticos.
Em contrapartida os vizinhos das outras duas entradas são mesquinhos.
Por esse motivo não vou às reuniões.
Passo-me e não me quero passar com tanta mesquinhez, não entendo, não aceito.
Mas vamos ao que interessa.
Há uns anos o carro da minha vizinha do lado foi assaltado, pois cada apartamento tem um lugar de garagem, embora não esteja correcto devido à dimensão das nossas casas.
O carro da minha vizinha ficava lá fora o do marido na garagem.
E o carro foi assaltado, o meu irmão viu, ainda foi atrás dos asslatntes mas já foi tarde.
Bateu-lhes à porta e avisou-os.
Perante tal situação os meus pais decidiram que a minha vizinha iria colocar o carro na garagem.
Os lugares são espaçosos, o marido da senhora chega um bocadinho para o lado, o meu pai o mesmo e voilá, o carro da vizinha coube na perfeição.
Quem nunca ouviu ou leu a frase: “Gentileza gera gentileza”?
Esta frase com ares de profecia, ressalva a necessidade de manter vivo um comportamento que fica cada vez diminuto, mas que sem ele torna-se muito difícil convivermos bem uns com os outros.
Um detalhe é que esta frase é interpretada como sendo sobre comportamentos adoptados na rua.
Mas é preciso levá-la para casa.
Praticar gentileza em casa também faz parte desse apelo e é tão ou mais importante quanto fazê-lo na rua.
É mesmo uma verdade que ser gentil no trânsito, no comércio, no trabalho ou mesmo nas redes sociais é um desafio constante e por vezes exige o máximo do autocontrole.
Não é tão fácil ser gentil, sobretudo quando não há o reverso da medalha.
Também não é fácil mantermo-nos gentis no dia a dia da nossa casa.
Por mais que gostemos das pessoas mais próximas, nem todo dia é um bom dia.
Quando o cansaço se abate sobre nós, quando, ao voltar para casa em vez do descanso encontramos outros afazeres e problemas para resolver, quando o silêncio do quarto é quebrado pelo barulho nas casas vizinhas, quando o despertador nos acorda de um sono tranquilo e nos chama para um dia cheio de tarefas, quando as pessoas à nossa volta se acham no direito de bisbilhotar os nossos assuntos particulares.
É exatamente nesses momentos críticos que tendemos a descontar em quem nos aparece primeiro.
Algumas das vítimas acabam por ser as pessoas que mais amamos, numa controvérsia que gera muitos conflitos em nossas relações.
Torna-se um desafio reparar na refeição preparada sobre a mesa, e agradecer o esforço de quem se dedicou tanto, perceber que o outro não teve uma boa noite de sono ou um bom dia de trabalho e dispor-se a algum gesto que possa melhorar esse quadro.
Quantas dificuldades encontramos em mantermo-nos atentos a esses detalhes e fazer disso uma oportunidade de melhorar o dia de alguém!
Talvez o melhor seja encarar as pequenas gentilezas como remédio para amenizar as amarguras deste mundo hostil, ao praticá-las estaremos fazer dele um lugar mais acolhedor e humano, pelo menos estamos a tentar.
Alguém que tenha por hábito tratar bem os de casa, mais facilmente tratará bem os outros que se cruzam no seu caminho, e quem foi bem tratado terá mais chances de fazer o mesmo, fazendo deste modo girar o maravilhoso círculo da convivência pacífica.
Gandhi disse que “A gentileza não diminui com o uso. Ela retorna multiplicada.”
Portanto, não precisamos economizar!
Não economizem na gentileza.
Podemos continuar a cumprimentar os outros, abrir portas, ceder cadeiras e fazer todo tipo de bondade que uma pessoa gentil é capaz de fazer.
A gentileza possui uma espécie de encantamento que faz com que os relacionamentos com as pessoas se tornem agradáveis e muito, muito mais duradouros.
Apostem nela!
Sei que muitas das vezes não é fácil.
Mas façam-no.
Não digo que o façam com pessoas que vos magoaram, que vos prejudicaram.
Olhem e façam-no com o desconhecido que está sentado ali mesmo ao vosso lado.