Ele não te bate, mas destrói a tua autoestima a ponto de tu não te achares suficiente.
Faz -te acreditar que não irás conseguir ninguém melhor convence-te que estás sempre errada.
Ele não te bate, mas humilha-te, esgota-te emocional e psicologicamente faz-te sentir culpada por tudo.
Ele não te bate, mas faz-te sofrer e mesmo com alguns momentos bons, vira e mexe, reaparece um tom de voz mais alto, uma palavra que fere, uma desconfiança e depois um carinho e como prenda, um pedido de desculpas.
A promessa da mudança faz-te dar uma nova oportunidade e sabes? Nunca muda.
Relacionamento abusivo não é amor.
Tenho visto tantas pessoas que confundem amor com apego.
Vejo pessoa que confundem controle e posse, acham que são sinónimos de amor.
Não, amor não é isso.
Amor não é ciúme exagerado, não é mandar no que tu vestes, não é humilhar e fazer-te acreditar que não vives sem esse alguém.
Tenho visto muitos relacionamentos abusivos serem confundidos com zelo.
Não entendo e talvez nunca consiga entender, mas compreendo o quanto é difícil ver que isso não é amor, o quanto é difícil chutar o balde e dizer adeus.
Mas, que fique bem claro: quem ama não humilha e nem faz com que tu sejas o problema de tudo.
Quem gosta de ti não te aprisiona e nem te faz pensar que não existe vida para além daquele relacionamento.
Não sei, mas talvez ele a convença de que ela não é nada sem ele, diz que sente ciúmes e justifica todas as imposições e atitudes grosseiras ao afirmar amar demais.
O “não vais com essa roupa”, ou até mesmo as incontáveis chamadas para saber onde tu estás, têm como teoria: é muito amor.
Manipulação não é amor, controle não é amor, ordens não são sinónimo de cuidado, o nome disso tudo não é um relacionamento feliz, mas um RELACIONAMENTO ABUSIVO. Não vale a pena estares com quem te faz acreditar que mereces gritos, palavras duras, ordens,insultos, brincadeiras sem graça nenhuma à frente de todos.
Não, não vale a pena dividir a vida com quem te faz acreditar que mereces pouco.
E isto é a história que vos irei contar, não hoje amanhã talvez.
Minha amiga de longa data, minha amiga há 40 anos, vou falar de ti mas sem nunca mencionar o teu nome.
Perdoa-me mas tu mereces que conte a tua história.
Há tempos atrás escrevi um post sobre a falta de pedagogia da professora de ciências da minha filha.
Agora venho falar da professora de Geografia.
Ai Senhores Professores que dores de cabeça vocês me dão
A professora de Geografia mandou os miúdos fazerem um trabalho de grupo que teria que ser apresentado oralmente, até aqui tudo bem.
Tudo bem não, tudo mal, pois a miúda panicou ao saber que iria fazer apresentação oral.
Como já disse a Diana é a aluna invisível nas aulas, se os professores não a questionarem ela ganha o dia, não gosta, tem vergonha, sempre foi assim.
Continuemos.
A professora de Geogarfia pediu aos miúdos para escolherem os colegas de grupo.
Aqui já começa mal.
Ninguém escolheu a Diana, eu entendo, como a miúda é uma aluna abrangida pelo ensino especial, os colegas acham que ela não tem capacidade para fazer um trabalho de grupo.
Ora aqui está tudo mal.
A Diana é muito trabalhadora, pode não gostar muito da escola mas é trabalhadora.
O que acontece?
A Diana ficou com 3 colegas, rapazes, que estava claramente a baldar-se para o trabalho.
A miúda antes das férias combinou irem para a biblioteca para iniciar o dito cujo, nada, os colegas não foram, inventaram mil desculpas.
Vieram as férias.
A Diana contactou-os para iniciarem o trabalho.
Nada, mais desculpas.
Começaram as aulas, o trabalho por fazer.
Já me estava a provocar urticária, já me coçava toda, não parava de falar do assunto, de tal modo que a miúda diz:
-Oh mãe, chega, por favor, para a próxima não te conto nada.
Ok, lá acalmei, falei com o Professor do centro de Estudos, a Diana iria fazer o trabalho sozinha.
Perante isto a míuda diz:
-Mas oh mãe o que digo à professora quando ela vir que o nome deles não está no trabalho.
-Dizes a verdade.
Não ficou convencida.
Eu compreedi o dilema, a minha filha estava com medo de represálias por parte dos colegas.
O Centro de Estudos falou com ela,não sei o que lhe disseram, mas uma coisa é certa ela concordou em fazer o trabalho sozinha.
Entretanto na reunião de pais falei com a directora de turma para a pôr a par da situação e acima de tudo para falar com a professora de Geografia, mas isto depois da data limite de entrega do trabalho.
ET Voilá, trabalho feito, mail enviado para a professora com um texto a dizer que os colegas não cooperaram, tudo isto feito no Centro de Estudo, eu vi o mail, a miúda mostrou-mo.
Chega o dia da apresentação.
A professora pediu aos miúdos para apresentarem o trabalho da Diana,what?
Eles leram, leram o que a minha filha escreveu.
Que nota vão ter?
Espero que não seja muito boa, senão então é que são elas.
As colegas no fim da aula perguntaram-lhe quem tinha feito o trabalho
-Fui eu
Respondeu a pequenita.
-Nós vimos logo.
Disseram as colegas.
Com isto quero apenas dizer, professora, num próximo trabalho não deixe os alunos escolher os grupos, seja a senhora a fazê-lo.
Pois isto não foi falta de pedagogia, foi falta de bom senso.
Quem não conhece duas pessoas que se amam muito mas no entanto não conseguem manter-se juntas?
Eu conheço várias.
Conheço também casais que não estão apaixonados, mas que vivem com tranquilidade e leveza.
Neste caso, os envolvidos decidiram priorizar o que existe de interessante na relação como, por exemplo, filhos,carinho,respeito,empatia,altruismo e outras coisas mais.
Aquela paixão ardente, muito desejada por qualquer ser humano, nunca entrou no pacote, contudo, esse ‘desfalque’ é compensado com outros pontos positivos que o relacionamento proporciona.
É comum principalmente, por parte das pessoas intensas, a ideia de que um vínculo só vale a pena se houver paixão, pelo menos na fase inicial, já que existe a consciência de que ela vai abrandando com a convivência.
A paixão, esse sentimento que nos deixa com o coração a sair pela boca, é, de facto, viciante e causa-nos, muitas vezes, uma sensação de ressurreição.
Acredito que já saibam, mas não custa refrescar a memória, de nada adianta uma paixão efervescente entre duas pessoas se elas não têm maturidade para se relacionar.
Existe coisa pior do que aqueles relacionamentos do tipo trapézio?
O casal passa uma semana bem, depois fica 10 dias emburrado, em crise, faz as pazes, depois de 3 dias, desentendem-se de novo.
Não há amor que resista a este tipo de formato não concordam?
Há casos em que não é possível programar uma viagem porque há o risco de, na data, o casal estar virado do avesso.
Essa alternância de fases acaba por gerar um profundo desgaste emocional e não demora muito e começam a aparecerer os prejuízos na relação.
Chegará a hora em que os parceiros vão começar a olhar para esse vínculo com outros olhos, um vai olhar para o outro como fonte de stress.
Os sentimentos de frustração, angústia e mágoa passarão a fazer parte daquela atmosfera e, inevitavelmente, ambos ou um deles vai desejar viver a paz que aquela relação não oferece.
Pois é, mesmo existindo uma química violenta, mesmo que fiquem de pernas bambas quando se beijam, ainda que haja uma admiração recíproca, mesmo com todo o encantamento que uma paixão proporciona, não se iludam, todo relacionamento necessita de paz para prosperar.
É fundamental aquela expectativa de que estarão bem na próxima semana, no próximo mês…enfim.
Viver com o coração a sair pela boca é bom, muito bom mas isso não diminui o valor da serenidade de uma relação regada pelo respeito pela individualidade do outro, pela entrega sincera, pela confiança e sem paranoias. Resumindo, um relacionamento saudável requer maturidade e equilíbrio emocional.
Se uma pessoa, não possui estes atributos, ela pode-se deparar com um grande amor, aquela paixão digna de filme de cinema, mas ela vai estragar tudo, por não saber lidar com aquilo.
Considero, ainda, que muitas pessoas não sabem lidar com o facto de estarem a ser amadas.
Elas não se acham dignas do amor de ninguém, elas vão sempre arranjar uma maneira de sabotar a relação quando tudo começa a fluir bem.
É como se elas não aguentassem aquela paz, elas precisam provar a si mesmas que existe algo de errado, então, elas farão qualquer coisa para trazer à tona qualquer situação que atire para a lama e perante o caos, vão-se recolher, vitimizar e vão dizer que não têm sorte com o amor.
Diante de tudo isto, regresso ao início do texto e tiro o chapéu para quem consegue administrar uma relação mesmo sem borboletas no estômago, afinal, ali existe parceria, respeito, cumplicidade e oxigénio para ambos respirarem.
Um não vai asfixiar o outro com cobranças nubladas pelas próprias paranoias.
Viajam, disfrutam de experiências interessantes, respeitam o espaço um do outro e são grandes amigos.
Até porque, pensando bem, é isso que acaba por importar para uma boa convivência.
Não há amor que suporte viver numa montanha russa de sentimentos.
O amor não é tempestade, é uma serena tarde de domingo.
Por este motivo e mais alguns, antes de pedirem ao Universo um grande amor, peçam também a maturidade e sabedoria suficientes para administrá-lo, caso contrário, vocês vão estragá-lo com as vossas próprias mãos.