OUTRO PESADELO- A MEDICAÇÃO
Por norma, e conhecendo crianças adotadas, sim por que há uma coisa muito engraçada, quando adotamos uma criança ficamos a conhecer pais de outras crianças na mesma situação, por coincidência, por exemplo a Diana tinha na turma dela uma menina e o irmão, e outra coincidência, conheci a mãe dos meninos no tribunal, ela trabalhava lá e a escrivã que assistiu à audiência com a juiza apresentou-nos assim que soube que a Diana andava na mesma escola dos filhos da colega, ainda mantemos contacto.
Ora voltando à nossa história ( convém lembrar que eu ainda estava em processo de pré-adoção) a Diana vinha medicada com o Rubifen, um horror devo dizer um horror, este medicamento deixava-a catatónica durante as aulas, diziam que a mantinha concentrada, eu ainda hoje digo que é uma benção para os professores, pois as crianças não falam, não participam nas aulas, enfim não perturbam.
Quando o efeito da medicação terminava a Diana ficava agressiva, se pudesse trepava paredes, até acalmar era muito dificil me controlar sem perder as estribeiras, depois tinhamos os trabalhos de casa e o estudo para a ajudar a recuperar e nada ela recusava-se a trabalhar, a Diana na altura tinha com ela uma frase que depois deixou de dizer mas que na altura não era bonita de ouvir "má,p....,feia" e durante o estudo em casa uma vez, e apenas uma vez chamou-me isso, fechei os livros , ela começou a chorar dizendo que queria fazer os TPC e foi para a escola sem os terminar, depois sozinha com ela perguntei-lhe se ela sabia o que me tinha chamado, nada disse, e eu só a adverti que não me voltaria a chamar tal coisa. E tal nunca mais aconteceu.
Tirei-lhe a medicação, neste processo a Segurança Social ainda está em contacto connosco e eu comuniquei-lhes que tinha retirado a medicação à pequenita, ameaçaram-me que iriam suspender o processo, e eu limitei-me a responder.
- " Façam o que bem entenderem mas eu não dou o Rubifen à Diana"
Não fizeram nada, chamaram-me e conversaram comigo de modo a convencerem-me que era o melhor para ela, cedi, continuei a medicá-la, mas o aproveitamento era sempre o mesmo ( não satisfaz a tudo, linguagem impercetivel e uma grande atraso em todas as matérias), o problema não estava na hiperatividade associada à falta de concentração mas sim devido ao deficit cognitivo que era genético.
Assim sendo decidi que o melhor para ela seria explicações particulares e assim fiz.