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mãedocoraçãosoueu

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OS PAIS NÃO SÃO AMIGOS DOS FILHOS

Daniel Sampaio: “Os pais não são amigos dos filhos. São adultos e devem funcionar como tal, traçando limites”

O psiquiatra que trabalha há mais de 30 anos com adolescentes e famílias, alerta: “quando as gerações ficam muito próximas, a autoridade enfraquece”

Na última crónica que escreveu para a revista P2, do jornal Público, em Dezembro último, dizia que os pais estão mais próximos dos filhos como nunca, mas, em muitos casos, há um marcado défice de autoridade”. O que está a falhar?

Na primeira metade do século XX, os pais estavam mais distanciados dos filhos. Existia autoritarismo e, muitas vezes, castigos físicos. A relação entre pais e filhos era de uma certa distância repressiva. A partir da segunda metade do século XX, nos anos 70 e 80, houve uma aproximação das gerações. Os pais, sobretudo, os progenitores masculinos, ficaram próximos das crianças. Do ponto de vista psicológico, isso foi muito benéfico. Mas, quando as gerações ficam muito próximas, a autoridade enfraquece.

Neste momento existem muitos problemas porque os pais têm dificuldade em exercer a autoridade e a função parental. Já não podem voltar aos métodos antigos e, às vezes, são um pouco permissivos ou indulgentes, desculpando muitas coisas. Também porque estão muito centrados no trabalho ou no desemprego. É preciso ganhar novas formas de autoridade.

Como?

Através, por exemplo, de medidas que permitam conciliar melhor a actividade profissional e a vida familiar. A recente petição pública, promovida pela Ordem dos Médicos, para que as mulheres possam ter uma redução de duas horas diárias de trabalho para estarem com os filhos até aos três anos, é um bom exemplo.

O incentivo à natalidade passa por esse tipo de medidas?

Exactamente. Não se pode querer que as pessoas tenham filhos se não tiverem condições para tomarem conta deles. Os pais trabalham todo dia ou vivem ansiosos porque estão desempregados e, quando os filhos voltam da escola, essa ansiedade e as dúvidas parentais tornam-se latentes. Quando chegam à adolescência, alguns desses jovens tornam-se agressivos e os pais perdem o controlo da situação. Para que a autoridade surja de forma natural, é preciso apostar na relação entre pais e filhos nos primeiros anos de vida.

Que adolescentes estamos a criar com défice de autoridade de que fala?

Adolescentes muito omnipotentes e reivindicativos e bastante ciosos dos seus direitos e que, muitas vezes, se tornam agressivos com os pais e professores. Têm uma cultura de direitos, daquilo que lhes é devido, mas falta-lhes a cultura da responsabilidade e do respeito, que se perdeu um pouco. É preciso recuperá-la.

Há pais que se vangloriam de serem os melhores amigos dos filhos.

Esse não é o bom caminho. É preciso recuperar o fosso intergeracional, que se usou muito no século XX. Os pais não são amigos dos filhos. São adultos e devem funcionar como tal, traçando limites. Claro que pode e deve haver momentos de grande proximidade, mas é preciso perceber que um adulto tem de ter mais maturidade e mais contenção emocional e maior capacidade para evitar uma discussão. Vejo alguns pais e professores colocarem-se ao nível dos filhos e dos alunos. Entram numa discussão simétrica, em que um diz uma coisa e outro responde com outra pior. Quando isso se passa na família, a violência acaba por aparecer.

 

Uma vez vi uma reportagem e o debate que se seguiu onde o Dr. Quintino Aires era da mesma opinião, e quem achar o contrário leia este post e:

PENSEM NISTO

Estando a minha filha na adolescência se eu como mãe solteira, se não houvesse limites, se a minha filha me visse como amiga e não como Mãe, Mãe que impõe regras, limites, a corda esticaria de tal maneira, que eu seria a filha e ela a Mãe, era a anarquia total.

Até onde podem ir os filhos?

Até onde podem ir os pais?

Os filhos podem ir ali até ao fundo da rua .

Os pais podem ir ao "infinito e mais além", mas sem nunca, mas nunca os inibir de se expressar, de dar opiniões, de refilar, de estarem mal dispotos, mas tudo dentro do limite da chamada " normalidade", sem nunca ultrapassarem os limites do bom senso.

Os PAIS NÃO SÃO AMIGOS DOS FILHOS

Daniel Sampaio: “Os pais não são amigos dos filhos. São adultos e devem funcionar como tal, traçando limites”

O psiquiatra que trabalha há mais de 30 anos com adolescentes e famílias, alerta: “quando as gerações ficam muito próximas, a autoridade enfraquece”

Na última crónica que escreveu para a revista P2, do jornal Público, em Dezembro último, dizia que os pais estão mais próximos dos filhos como nunca, mas, em muitos casos, há um marcado défice de autoridade”. O que está a falhar?

Na primeira metade do século XX, os pais estavam mais distanciados dos filhos. Existia autoritarismo e, muitas vezes, castigos físicos. A relação entre pais e filhos era de uma certa distância repressiva. A partir da segunda metade do século XX, nos anos 70 e 80, houve uma aproximação das gerações. Os pais, sobretudo, os progenitores masculinos, ficaram próximos das crianças. Do ponto de vista psicológico, isso foi muito benéfico. Mas, quando as gerações ficam muito próximas, a autoridade enfraquece.

Neste momento existem muitos problemas porque os pais têm dificuldade em exercer a autoridade e a função parental. Já não podem voltar aos métodos antigos e, às vezes, são um pouco permissivos ou indulgentes, desculpando muitas coisas. Também porque estão muito centrados no trabalho ou no desemprego. É preciso ganhar novas formas de autoridade.

Como?

Através, por exemplo, de medidas que permitam conciliar melhor a actividade profissional e a vida familiar. A recente petição pública, promovida pela Ordem dos Médicos, para que as mulheres possam ter uma redução de duas horas diárias de trabalho para estarem com os filhos até aos três anos, é um bom exemplo.

O incentivo à natalidade passa por esse tipo de medidas?

Exactamente. Não se pode querer que as pessoas tenham filhos se não tiverem condições para tomarem conta deles. Os pais trabalham todo dia ou vivem ansiosos porque estão desempregados e, quando os filhos voltam da escola, essa ansiedade e as dúvidas parentais tornam-se latentes. Quando chegam à adolescência, alguns desses jovens tornam-se agressivos e os pais perdem o controlo da situação. Para que a autoridade surja de forma natural, é preciso apostar na relação entre pais e filhos nos primeiros anos de vida.

Que adolescentes estamos a criar com défice de autoridade de que fala?

Adolescentes muito omnipotentes e reivindicativos e bastante ciosos dos seus direitos e que, muitas vezes, se tornam agressivos com os pais e professores. Têm uma cultura de direitos, daquilo que lhes é devido, mas falta-lhes a cultura da responsabilidade e do respeito, que se perdeu um pouco. É preciso recuperá-la.

Há pais que se vangloriam de serem os melhores amigos dos filhos.

Esse não é o bom caminho. É preciso recuperar o fosso intergeracional, que se usou muito no século XX. Os pais não são amigos dos filhos. São adultos e devem funcionar como tal, traçando limites. Claro que pode e deve haver momentos de grande proximidade, mas é preciso perceber que um adulto tem de ter mais maturidade e mais contenção emocional e maior capacidade para evitar uma discussão. Vejo alguns pais e professores colocarem-se ao nível dos filhos e dos alunos. Entram numa discussão simétrica, em que um diz uma coisa e outro responde com outra pior. Quando isso se passa na família, a violência acaba por aparecer.

 

Uma vez vi uma reportagem e o debate que se seguiu onde o Dr. Quintino Aires era da mesma opinião, e quem achar o contrário leia este post e:

PENSEM NISTO

O DIA DA REVELAÇÃO

Mais uma vez recebo uma chamada da Segurança social, Dra Paula Amorim, assistente social, a Diana tinha 9 anos, tal como disse os contactos mantêm-se mesmo após a adoção definitiva, a pergunta foi:

- Paula já contou à Diana que ela é adotada?

- Não ainda não

Indignação

- Não pode ser tem que lhe contar!!!!!

Liguei de imediato a uma amiga cujos dois filhos eram adotados e ela confirmou, sim tinha que lhe contar.

Lembro-me como se fosse hoje, vinhamos da piscina a pé para casa e pelo caminho, ela toda contente e aos saltinhos, como sempre, eu disse:

- Didi sabes que és adotada, não sabes?

Parou, olhou para mim e disse:

- Mãe foi a coisa mais triste que me disseste até hoje!!!

Bolas, o meu coração parou, que havia de fazer? Não haverá por aí um manual que nos ajude a lidar com esta situação?

A Diana continuou

-Mãe não nasci da tua barriga?

- Não filha nasceste do meu coração.

- Mas eu preferia ter nascido da tua barriga.

Bolas! Bolas! E agora?

- Fofinha a barriga serve unicamente para guardar os bébés o amor está no coração das mães.

Não respondeu.

Chegamos a casa e imediatamente fui procurar o livro Grávida no Coração, livro esse oferecido por uma grande amiga que assim que soube que eu iria adotar, e comecei a lê-lo, não queria ouvir, enfiou-se na cama debaixo dos lençois e dizia:

-Não, não quero ouvir,não quero saber.

Parei de ler e deixei o livro em cima da cama, quando dei conta estava a ver as ilustrações e pediu para lho ler, ouviu, nada disse e até à data, 6 anos depois não voltamos a falar no assunto.Guardou esta informação em mais uma gaveta da sua cabecinha, fechou-a e guardou a chave.

Aconselho este livro a todos os pais adotivos, tem poucas páginas, letras grandes, frases simples, que dizem tudo , e ilustrações muito bonitas , tenho-o sempre à mão, tem uma frase que adoro, após várias perguntas da criança, a mãe faz esta observação:

-   "O PAI NÃO ENGRAVIDA , NO ENTANTO, AMA OS FLHOS DESDE O PRIMEIRO DIA E PARA SEMPRE".

A Diana não tem pai contudo esta frase é dedicada a todas os pais adotivos.

 

 

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