TU COM OS OLHOS TRISTES QUANDO SOFRES
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Dizem que deus escreve certo por linha tortas e é bem verdade.
Este ano deixei o trabalho e neste momento estou em casa mas ainda não me tinha apercebido porquê, até que após reflectir, reflectir, porque estar em casa além do muito que temos para fazer, também temos tempo para refletir, lá descobri.
Estou em casa para assistir de perto à dôr do meu pai.
Porquê?
Não quero
O meu pai sofre, sofre muito.
Porquê?
Passo a contar, o meu pai trabalhou nos Telefones de Portugal, que depois virou PT e agora é Altice, só que ele sempre achou que a empresa era dele e trabalhava que nem um "Mouro", não trabalhava no escritório, não, trabalhava nos armazéns, era daqueles que com a chegada de material, postes, bobines( pois nessa altura não havia fibra) ele não estava com meias medidas, para descarregar um camião o mais rápido possível chamava 2 ou 3 funcionários e carregavam o material em braços.
Era de tal modo exagerado e uma vez arranjou trabalho a um amigo meu que passada uma semana veio ter comigo e disse:
-Paula desculpa pá, gosto muito de ti e do teu pai mas vim-me embora, o teu pai é louco, não dá para trabalhar com ele.
Ao dizer louco queria dizer louco pelo trabalho.
Agora tudo se reflete no corpo
Já foi operado a 3 hérnias discais
Já foi operado à cervical
Já foi operado a um ombro
Até quando o corpo aguenta com tantas cirurgias?
Não aguentou, tem a coluna toda desfeita e na última tentativa para aliviar as dores, o neurocirurgião disse que não se atrevia a tocar-lhe, pediu para ele fazer caminhadas, e subir muitas escadas, como?
Se para ir ao café que fica em frente a casa demora 15 minutos para lá chegar enquanto eu demoro 3 minutos.
As dores do meu pai são minhas, gostava que fosse possível dividir com ele o sofrimento, mas não é possível, a única coisa que posso fazer é fazer-lhe companhis, eu sei que ele gosta da minha companhia, mas mais não posso fazer.
A nossa função, minha e da minha mãe é não o deixar parar, pois segundo o médico, se parar vai ficar numa cadeira de rodas.
Levanta-se de manhã para levar a neta è escola, vai ao cafezinho e depois vem para casa ver os programas dele, adoro quando faz isso, pois ouço-o rir, quando vê a "Mulher do Senhor Ministro", "Nós os Ricos" " Dr. Pol" " O preço Certo" aí ouço-o rir e rio-me com ele, o que não podemos de todo permitir é que ele desista, tem 71 anos, não pode desistir, pois se pudesse, ficava na cama e não saía de lá.
Isto acaba comigo, pois olho para ele e vejo dôr, mas não o trato como um coitadinho, senão ele dá-se à maldita dôr e é pior.
Não come quando tem dores
Não ri quando tem dores
Não brinca quando tem dores
Não é o meu pai quando tem dores
Transforma-se, torna-se agressivo, agressivo nas palavras.
Não é o meu pai, mas é o pai que tenho e que quero que esteja connosco até aos 200 anos.
Porque motivo não temos o direito a decidir como terminar a nossa vida?
Porque motivo temos que sofrer e às vezes sofrer de uma maneira indescritivel?
Porque motivo não nos deixam pedir para acabar com tamanha dor?
Quando falo neste assunto com a minha mãe ela passa-se e diz:
-Só Deus é que pode decidir como e quando vamos morrer
E eu interiorizo aquelas palavras, que para mim são sábias
Mas e se eu pedisse tal coisa, a minha mãe cederia à minha dor e realizaria o meu pedido? E se fosse ao contrário, teria eu coragem?
O problema é que ele há situações tão penosas e a pessoa sabe que mais tarde ou mais cedo vai ter um fim, mas até lá terá que sofrer horrores, a minha mãe diz:
-Se tiver que ser, é porque Deus quer
E eu interiorizo estas palavras
Mas quererei eu presenciar tal situação, quererei eu que a minha filha presencie tal coisa?
Não é fácil falar sobre este assunto, mas pelo menos a lei devia ser aprovada, eu sei que os médicos seguem um código de ética que os obriga ajudar um paciente até ao fim, mas eles também são humanos e não sentirão dor dor perante tanto sofrimento?
Porque é que há pessoa que se suicidam? isso a mim já me faz confusão e fico numa dualidade, coragem? ou fraqueza?
Coragem porque não deve ser fácil tirar a vida a si próprio
Fraqueza porque não soube encarar algo de mau na vida, não soube conversar,não soube pedir conselhos.
Mas sobre isto não gosto de opinar pois não estou livre de tal, nem ninguém está livre de tal, a minha mãe e lá vamos outra vez à Dona Julia, que é muito religiosa diz:
-O Diabo tenta-nos três vezes ao dia
E eu assimilo aquelas palavras
E a que hora é que ele faz isso? Como é que sei a horas que vai fazer?
Isto dos ensinamentos das mães também tem muito que se lhe diga, mas como já tive 2 suicidios na família e a tentativa de um, não sei explicar esta questão,nem a pretendo aprofundar, pois só quem o fez, e quem o tentou fazer é que pode falar, mas dois já cá não estão para contar e a outra eu sei porque o tentou e compreendo.
Estamos a desviar-nos do assunto.
E SOBRE A EUTANÁSIA?
O DESTINO DAS DUAS ESTAVA TRAÇADO
ESTAVA TUDO ALINHAVADO
FOI SÓ UMA QUESTÃO DE TEMPO
ATÉ OS ASTROS SE TEREM ALINHADO
APÓS ISSO UM GRANDE AMOR
DEPOIS DE UMA VIDA CARREGADA DE DOR
Esta história do bullying tinha pano para mangas, mas no post anterior não quis entar em detalhes senão tornar-se-ia muito aborrecido, por esse motivo vou continuar a falar desse assunto agora.
Depois de todas as reuniões com a G e o pai e a criança afetada, a minha filha, a coisa lá acalmou, e a Diana começou a ter amigas, as outras colegas já podiam andar com ela, não foram precisos psicólogos nem pedopsiquiatras pois a miúda começou a ultrapassar e a esquecer, mas que foi muito desgastante a nivel emocional,foi, mas temos que entender que o bullying existe mas não vamos a programas de televsão falar sobre isso, e tal como vi no programa da Julia Pinheiro na SIC , uns pais que foram falar do assunto e um dos aspetos que mencionaram, atenção que falo apenas de um aspeto que ouvi, foi que na escola chamavam "caixa de óculos" ao miúdo, a sério!!! isto é bulying? Não entendi bem, mas se as pessoas querem ir à televisão falar sobre isto, tudo bem, o meu pai quando eu tinha 13 ou 14 anos chamava-me FáFá de Belém pois eu era muito, mas muito magra e tinha muito peito, ora por esse prisma o meu pai exercia bulying sobre a própria filha, ao meu irmão, como ele usava óculos, chamava-lhe " caixa de óculos" então aqui o cenário era o mesmo, a serio!!! As pessoa vão à televisão, expõem os filhos e às vezes não pelas razões mais problemáticas,aliás nem deviam expôr os filhos, isto é uma assunto para resolver em casa.
É duro sim é, doi muito sim doi, nunca mais esquecemos , não nunca mais, mas há que seguir em frente, tal como já tinha falado noutro post, a Diana sofria bullying desde a primária, pelos motivos dos quais já falei , deficit cognitivo associcado a uma imaturidade muito acentuada, motivo pelo qual naõ brincava com crianças da idade dela, só com os da pré.
O que mais me entristece nesta história é que a Daina conheceu a G no 5º ano e a miuda sempre a defendeu, ficando sempre do lado dela, frequentavam a casa uma da outra, eram amigas, era a primeira amiga da minha filha, daí ela a ter escolhido como "alvo", a Diana era dela e só dela, ponto final, triste foi os professores saberem e colaborarem com esta história, pois a G pediu a todo eles para que a Daina ficasse na carteira dela, pois assim ajudava-a, como é que ela poderia ajudar a Diana, se ela própria precisava de ajuda?
Como é óbvio a minha filha mais apavorada andava, e foi uma das minha imposições, a Diana na sala de aula tinha que ser separada da G.
Chaga o fim do ano letivo, e a Diana vem-me com esta conversa:
-Mãe a professora de ciências diz que o comportamento conta para a nota
-Mãe o professor de geografia diz que o comportamento conta para nota
Bem esta conversa não me estava a agradar,e como tal no penúltio dia de aulas fui à escola falar com o diretor de turma:
-Professor a Diana tem dito umas coisa que não me estão a agradar, de todo.
- Sim Paula já ouvi uns rumores que vai acontecer um milagre.
INCRÉDULA, É A PALAVRA, INCRÉDULA
- Não professor engana-se, os milagres só em Fátima, e não aqui na escola, eu vou uma semana para fora e quando chegar quero ver na pauta a Diana reprovada, pois se assim não fôr eu na semana seguinte venho cá com a DGEST e a Diana vai prestar provas, e vai ser muito mau, não me faça perder uma semana de férias aqui metida com a miúda.
O homem nem queria acreditar no que lhe dizia:
-Paula, em 20 anos de carreira, a Paula foi a primeira mãe a pedir para reprovar a filha, normalmente é ao contrário
- E professor diga-me acha que ela está preparada para o 8º ano depois de tudo o que aconteceu?
-Não,não está.
-Pronto estamos entendidos.
O que é um facto é que reprovaram a miúda, mas segundo informação a nível particular, foi uma luta, a professora de matemática bateu o pé e não a reprovou, como é possível, a disciplina com as piores notas, mas claro como era uma disciplina com apoio, a Senhora ía ter muito que explicar e não estava para isso, assim sendo, o professor de Fisico Quimica teve que o fazer, quando era uma disciplina na qual ela tirava positiva, foi triste ver a frustação dela por ver que tinha reprovado, e acima de tudo que tinha tirado negatva a Fisico Quinica. mas não sabe o porquê, nem tem que saber, foi o melhor para ela.
Sacrifiquei a minha filha em detrimento da G, pois se ela passasse iriam ficar na mesma turma, mas eu sabia e todos os professores sabiam que ela não estava preparada para o 8º
ASSIM SENDO FIZ O MEU MELHOR SE ESTIVE CERTA OU ERRADA, TEMOS PENA MAS NÃO ME ARREPENDO E EXPLICAREI PORQUÊ DE NÃO ME ARREPENDER
Fiquei como uma pessoa nom grata na escola mas paciência, eu sou mãe eu mando não é a escola que decide o melhor para a minha filha.
Este é um tema que ainda me dá um aperto no coração, doeu tanto, acho que me doeu mais a minha do que à Catraia
Estava a miúda no sétimo ano e pensando eu ,que estava tudo a correr bem, pensava eu, quando de repente a meio do segundo período recebo uma chamada de um telemóvel que não conhecia, mas como já disse atendo todas as chamadas,mesmo não conhecendo o número e ainda bem que o fiz, era a minha filha:
-Mãe estás calma?
-Sim estou filha porquê?
Desata a chorar e diz-me que teve uma falta disciplinar, foi ao GAP e lhe apreenderam-lhe telemóvel.
- O que aconteceu Diana?
-Chamei vaca a uma colega
-Porquê?
-Porque ela mandou-me pastar
-Mas não são só as vacas que pastam há outros animais que o fazem, porque levas tudo tanto a peito? Vou já para aí
Não foi tarde nem foi cedo saio da empresa a correr para a escola que por sorte fica a 5 minutos a pé, mas acho que lé cheguei em 3 minutos ou menos, não interessa, ela vem ter comigo a chorar acompanhada de uma colega de turma e não consegue explicar o que se passou, a colega explicou, uma miúda da turma dela chamou, vamos dar os nomes às coisas, "vaca, a uma colega e pediu à minha que se desse como culpada pois, ela, a miúda já tinha algumas faltas disciplinares e não queria outra, e a minha assim fez disse à professora que tinha sido ela, ora nem é tarde nem é cedo, GAP, falta disciplinar e telemóvel apreendido, entretanto a miúda insultada diz-me:
-Não Dona Paula, não foi a Diana que me chamou vaca, foi a G e pediu à Diana para se culpar quando a professora perguntou quem tinha chamado aquilo à colega.
Peço para chamar o diretor de turma, recebeu-me a mim e às miúdas e ouviu a história, exigi o telemóvel, pois a falta que se lixe nem me estava a preocupar, mas não sendo a miúda culpada queria o telmóvel, e lá mo deram, que remédio. OK passou.
Dias mais tarde recebo outra chamada desta vez da minha filha, num pranto a dizer que a G tinha ido ao balneário e tinha destruido tudo o que estava no saco dela, chegou ao ponto de lhe partir um cinto, a fivela, as fivelas são de metal!!! tal foi a raiva da miúda, ainda não estava a entender o que se passava, falo com uma colega ao telemóvel e a miúda também muito assustada contou-me o sucedido, pois a minha só me dizia que precisava de uma cinto, um cinto era só o que dizia, ao telefone com a colega digo:
- Mas B o que aconteceu?
-Dona Paula a G fez isto e isto
-Ok, mas repara a Diana só a tem a ela como amiga, vocês não lhe ligam.
-Não Dona Paula, a G é que não nos deixa chegar perto da Diana
WHAT? Passei-me simplesmente passei-me, lá fui outra vez em modo corrida para a escola falar com o direor de turma que por sua vez chamou o pai da miúda.
Após este episódio começam as reuniões com a G e o pai, várias reuniões pois era episódio atrás de epsódio.
DOENTIO é só o que posso dizer, a G mentia com todos os dentes que tinha o pai defendia-a, claro era pai, vim a descobrir que ela enviava mensagens à minha filha, mensagens essas que o diretor de turma passou para uma pen, caso eu quisessse ir à policia, bem um filme, mas uma filme de terror, poso dizer que me apetecia espancar a G, era esse o meu sentimento, serem«namente ´so pedi para a G se afastar da Diana, mais nada, distância, eu queria distância.
Mais um episódio, a mãe da miúda liga-me, desligo-lhe o telemóvel e ela manda.me uma mensagem que sinceramente não tinha pés nem cabeça, depois liga à minha filha, que está no apoio de matemática e a professora ao ver que era a mãe da G pede para ela desligar o aparelho, a Diana estava autorizada a deixá-lo ligado, caso necessitasse de algo ou se eu precisasse de falar com ela.
Mais uma reunião com a G a minha filha e o pai,mais aquela vontade de espancar, pois segundo entendi ela disse à mãe que a minha filha tinha dito que ela ía ser retirada aos pais, mas na reunião não foi bem assim, não foi a Diana, foi não sei quem, baralhou-se toda, bem mais uma vez disse:
-G quero-te longe da Diana, longe! e o professor vai separá-las nas aulas, e o Sr. Pai vai controlar isto senão vou mesmo à policia, estou farta, farta de perder horas de trabalho, farta de ver aminha filha em pânico, FARTA FARTA.
O problema aqui resume-se ao seguinte, a mãe da G tem uma depressão crónica desde os 12 anos de idade, a G entrou para o secundário com uma depressão, que quanto a mim não estava a ser bem tratada e a vítima era aminha filha, como a mãe da G está em casa todo o dia, acreditava em tudo o que a filha lhe contava, não filtrava, e ligava para a minha filha, a sério! a miúda na altura tinha 13 anos, 13 anos! que mãe liga para uma miúda a pedir explicações?
Bom haveria muito mais para contar, mas só tenho a dizer isto nós pais , aliás eu mãe, pois como já disse a Diana não tem pai, logo isto é tudo para mim, mas não faz mal, ainda posso bem, não nos apercebemos que os nossos filhos são vítimas de bullying, sendo ele psicológico, se fôr físico, sim percebe-se, mas este é muito díficil de detetar, sobretudo se as crianças não falam, caso da minha, e se vão bem dispostas para a escola, caso da minha.
A escola tem culpa? Não, os professores sim pois muitos já se tinham apercebido e não disseraam nada.
O que é uma facto é que a minha filha ía apavorada para a escola e eu nem me apercebi, a minha filha sofria e eu nem me apercebi, telefonava-me muitas vezes para falar de tudo e de nada, mandava montes de mensagens sobre tudo e sobre nada e eu não me apercebi.
Por este motivo obriguei os professores a reprovar a Diana, obriguei mesmo, mas falarei disso no próximo post.
UMA COISA É CERTA A MINHA FILHA É UMA MIÚDA MUITO FORTE
PARA TODOS AQUELES QUE NÃO DESISTEM