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mãedocoraçãosoueu

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A CADERNETA E A PALMADA

Não tenho escrito nada nestes dias, estou a aproveitar ao máximo estar com a pequenita pois assim que iniciarem as aulas só a vou ver de manhã e a correr e ao fim da tarde, as rotinas dela serão, ATL de manhã, almoçar na escola e aulas de tarde, o horário do 8º ano é de tarde, pena pois a manhã não rende nada logo o estudo no ATL vai ser mais apertado, ainda com a desvantagem que não sei se a vou conseguir inscrever na ginástica ritmica visto que as aulas terminam às 18h15 e a ginástica inicia às 18h30. assim que ela chegar com o horário refletimos sobre isso

 Como ela foi agora mesmo ter com umas amigas ver as turmas e os horários, resolvi aproveitar este tempinho.

A CADERNETA E A PALMADA

Continuams no 5º ano, pois! a miúda e eu, estavamos as duas nesta luta.

Como referi lá íamos a caminho de casa, a pé como sempre e a Diana diz:

- Mãe tenho um recado na caderneta

- Bom ou mau filha?

- Mau.

Respira fundo Paula, conta a até dez e acalma-te, mas pela cara dela vi que a coisa não era nada boa, pedi-lhe para pararmos pois queria ler o recado, ela pediu-me por tudo para não o fazer, aguardei até chegar a casa, bem também eram 18.30 e no Inverno aquela hora não iria conseguir ler nas devidas condições.

Em casa pedi-lhe a maldita caderneta, ela entretanto vai para o banho, e eis que vejo o seguinte recado, não o vou escrever tal e qual,embora tenha a cadeneta guardada. Resumindo o recado dizia que a Diana pura e simplesmente tinha arrombado a porta do cacifo de um colega e que eu tinha de pagar o aluquete ao miúdo,  bem passei-me, simplesmente passei-me, não era o valor do aluquete mas a atitude, já fazia filmes na minha cabeça que ela iria der uma rufia, enganam-se e passo a explicar.

Sem delongas, e com o sangue a ferver, entro na casa de banho e está a miúda na banheira toda despida e o que faço, dou-lhe uma palmda no rabo, bem aquilo doeu, se me ficou a doer a mão a ela ficou-lhe a doer o rabo, e disse-lhe:

-Se vais andar com rufias e ser rufia, estás muito enganada!!!

devo dizer que só pequei pois nem ouvi a versão dela, saí da casa de banho ela a chorar desalmadamente e eu também sem ela ver claro.

Quando saiu do banho quis saber toda a história e foi o seguinte: o miúdo para se meter com ela tentou à força abrir-lhe a porta do cacifo, ela disse que lhe iria fazer o mesmo, ele disse que ela não tinha coragem para tal, e não é que ela o fez  só que ao contrário do catraio ela conseguiu, não tem desculpa mesmo assim,pois o que lhe disse foi que eu não andava a pagar aluquetes aos outros e acima de tudo e mais importante é que estragaram algo que nós contribuintes , inclusivé eu andava a pagar com os meus impostos, também me contou que foram chamados para contarem o secedido e o outro miúdo como tinha maior poder de argumentação do que a minha filha defendeu-se.

A palmada já estava dada, não havia nada a fazer, no dia seguinte fui á escola falar com a diretora de turma, após ela me contar o sucedido, versão do catraio, eu apenas disse:

-Professora, o que aconteceu, segundo relato da Diana foi,( e contei-lhe), dei-lhe uma palmada valente naquele rabo quando no fundo ela não foi a única culpada, e quando voltar a acontecer outra coisa do género, eu quero e tenho que estar presente pois como sabe o poder de argumentação da Diana é minimo, e como não se sabe expessar os outros ficam sempre a ganhar, isto não pode voltar a acontecer, e ela levou uma palmada, o que também não voltará a contecer.

A professora deu-me razão a Diana não tinha arcaboiço para se defender, assim sendo qualquer coisa eu seria chamada.

Não foi necessário, não houve mais recados na caderneta para além das convocatórias para reuniões relacionadas com o ensino especial e os apoios, a palmada foi dada e até hoje foi a última, pois desde esse dia não tive mais razões para a aplicar, tive sorte, porque se fosse necessário voltaria  à palmada, mas até à data........é melhor não falar muito:)

Palmada na hora certa?

Cada uma sabe de si e da maneira de educar os seus, alguns ficam chocados e a pensar , que horror. que mãe, não faz mal, pelo menos não tenho uma filha que vai comigo seja onde fôr e faz birras de meia-noite, se atira para o chão,e às qual falta muito pouco para baterem nos pais.

Mas continuo a dizer:

MALDITA CADERNETA, QUE ME FEZ EMAGRECER AÌ UNS 5 KILOS

O sistema nervoso tem destas coisas

 

MÁ MÃE!!!!!!! EU SEI MAS SOU ASSIM!!!!

Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva um pai, eu hei-de dizer-lhes:

- Amei-vos o suficiente para ter insistido para que juntassem o vosso dinheiro e comprassem uma bicicleta, mesmo que eu tivesse possibilidades de a comprar.

- Amei-vos o suficiente para ter ficado em pé junto de vós, duas horas. Enquanto limpavam o vosso quarto… trabalho que eu teria realizado em quinze minutos.

- Amei-vos o suficiente para vos obrigar a pagar a pastilha que “tiraram” da mercearia e dizer ao dono: - Eu roubei isto ontem e hoje queria pagar.

- Amei-vos o suficiente para ter ficado em silêncio. Para vos deixar descobrir que o vosso amigo não era boa companhia.

- Amei-vos o suficiente para vos deixar assumir as responsabilidades das vossas acções, mesmo quando as penalizações eram tão duras que me partiam o coração…

- Amei-vos o suficiente para vos perguntar: - Onde vão, com quem vão e a que horas regressam a casa.

- Amei-vos o suficiente para vos deixar ver fúria, desapontamento e lágrimas nos meus olhos.

- Mas acima de tudo, eu Amei-vos o suficiente para vos dizer NÂO, quando sabia que me iriam odiar por isso.

Hoje estou contente.

Venci, porque no final vocês também venceram. E qualquer dia, quando os vossos filhos forem suficientemente crescidos para entenderem a lógica que motiva os pais, vocês irão dizer-lhes, quando eles vos perguntarem se os vossos pais eram maus, que sim, que éramos os piores pais do Mundo, porque:

- Enquanto os outros miúdos comiam doces ao pequeno-almoço, nós tínhamos de comer cereais, tostas e ovos…

- Os outros miúdos bebiam Pepsis ao almoço e comiam batatas fritas, enquanto que nós tínhamos de comer sopa, segundo prato e fruta. E, não vão acreditar, os nossos pais obrigavam-nos a jantar à mesa, o que era bem diferente de outros pais!!!

- Os nossos pais insistiram em saber onde nós estávamos a todas as horas, era quase uma prisão. Tinham de saber quem eram os nossos amigos e o que fazíamos com eles.

- Insistiam em que lhes contássemos que íamos sair mesmo que demorássemos uma só hora, ou menos…

- Nós tínhamos vergonha de admitir, mas eles violaram uma data de leis de trabalho infantil: - Nós tínhamos que fazer as camas, lavar a loiça, aprender a cozinhar, aspirar o chão, engomar a nossa roupa, ir despejar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis… Eu acho que eles nem dormiam a pensar em mais coisas para nos mandar fazer!

- Eles insistiam connosco para lhes dizer-mos a verdade, apenas toda a verdade, sempre a verdade.

- Na altura da adolescência, eles conseguiam ler os nossos pensamentos, o que tornava a vida mesmo chata.

- Os nossos pais não deixavam os nossos amigos buzinarem para nós descermos. Tinham de subir, bater à porta para eles os conhecerem …

- E quando toda a gente podia sair com doze ou treze anos, nós tivemos que esperar pelos dezasseis.

- Por causa dos nossos pais, nós perdemos experiencias fundamentais da adolescência Nenhum de nós esteve alguma vez envolvido em actos de vandalismo, violações de propriedades, nem foi preso por algum crime…

Foi tudo por causa deles!

Agora já saímos de casa, somos adultos, honestos e educados. Estamos a fazer a nosso melhor para sermos “maus pais”, tal como os nossos pais foram…

Eu acho que este é um dos males do Mundo de hoje: - Já não há suficientes “maus pais”.

Os meus pais foram “maus pais” e hoje dou-lhes graças por isso.

Tenciono ser assim mesmo com os meus pequeninos que um dia hão-de vir.

Precisamos de criar crianças que sejam bons adultos. Para um futuro melhor.

- Um beijo grande

QUANDO ADOTEI AMINHA FILHA PESSOAS AMIGAS PARTILHARAM COMIGO, LIVROS, TEXTOS E SABEDORIA E ESTE FOI MAIS UM DOS TEXTOS QUE ANDA NA MINHA MALA, PARA LER DE VEZ EM QUANDO E NÃO ME DEIXAR ESQUECER QUE SOU MUITA MÁ MÃE.

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