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mãedocoraçãosoueu

mãedocoraçãosoueu

O QUE JAMAIS DEVEMOS FAZER!!!!!!NÓS!!!!!!!!!MÃES DO CORAÇÃO!!!!!!!!!!!!

Sou mãe de uma criança adoptada.

Adoptei a Diana tinha ela 6 anos - agora ela tem 16. 

Baseada na minha experiência, eis oito coisas que pais adotivos jamais devem fazer.

1.Contar a história do nosso filho para todo mundo.

As circunstâncias que levaram o teu filho a ser adotado são parte da história dele. A história não é tua e, portanto, tu nada mais és que a cusca da cidade se falar do assunto a qualquer um que perguntar.

Vivemos numa cultura que incentiva a cusquice, mas a ninguém diz respeito se a mãe da tua filha era uma adolescente de 16 anos que não quis a criança ou outra coisa qualquer.

Assumo a culpa por ter falado demais.

Uma das coisas que compartilhei para além da conta foi a história da minha filha.

Fi-lo com a mais nobre das intenções.

Fi-lo com a esperança de que outras pessoas também adotassem. Estava errada.

Por mais honrada que fosse minha missão emendei o erro.

Hoje em dia, vocês podem conhecer minha filha através deste cantinho.

 Gosto de me gabar das conquistas dela.

Mas as histórias?

São dela, e confio no julgamento da minha filha quando souber que isto é dela e para ela. 

Poderei estar a cometer o maior erro da minha vida, o tempo o dirá.

2. Negar que és egoísta ou fingir seres abnegada.

Não gosto de pessoas que dizem "Deus te abençoe".

O que elas querem dizer, na realidade, é que eu devo ser alguma alma bondosa que resgatou esta pobre criança.

Esse tipo de pensamento é ofensivo - e completamente equivocado.

Para começar, adotei a minha filha porque queria uma família, queria ser mãe. Ponto final.

Não foi um ato de abnegação que me levou a ser mãe, garanto-vos que agi somente em interesse próprio.

Em segundo lugar, não resgatei ninguém. Na verdade, como dizem muitas mães adotivas, nós é que fomos salvas, não o contrário.

3. Agir como se eles não tivessem tido pais antes de nós.

A minha filha nasceu de outra pessoa.

É natural que ela queira saber quem são seus pais, onde eles moram, porque decidiram dá-la para adopção.

É um buraco negro no coração de toda a criança adotada que precisa ser preenchido com a luz do sol.

Não sinto inveja nem raiva quando minha filha diz ás outras pessoas que é adoptada.

Mas fico admirada, pois ela não fala do assunto comigo.

Por norma são os pais das amigas que mo dizem.

Digo-lhe o que eu realmente sei sobre a sua família, o que não é muito, infelizmente.

Não especulo nem conto mentiras só para que ela se sinta melhor.

E, se a minha filhos decidir procurar a sua famílias biológica, darei todo apoio.

Estou plenamente ciente de que, para que eu tivesse a minha família, uma mulhere sofreu uma perda terrível.

Não consigo imaginar a dor dela

Não sei o que lhe diria.

Mas não vou ignorar sua existência.

Mas como já referi anteriormente a mãe da Diana nem sabe que ela existe, o pai sim, o resto da família também.

4. Esperar gratidão ou apreciação por tê-la adotado.

Podes esperar que uma criança adotada aprecie tudo o que fazes por ela.

Mas não podemos nem devemos esperar que eles sintam gratidão por terem sido adoptados.

Ela foi uma parte da transação sem direito a voz.

Foi um bem negociado.

Nunca pôde dar opinião sobre o que estava a acontecer com ela ou sobre o que seria seu futuro.

A minha filha não pergunta como teria sido a sua vida se ela não tivesse sido adoptada.

De uma maneira geral, sei que ela está bem, pois é uma sobrevivente.

A adoção, para ela, foi uma troca.

Trocar o certo pelo incerto.

Mas só daqui a uns anos ela terá essa noção.

Agora é um dado adquirido.

Ter a oportunidade de ter uma família foi muito importante para ela.

5. Dizer que nascemos para ser pai ou mãe de um filho adotivo.

Muitos pais e mães adoptivos procuram ligações com a criança que adoptaram.

Entendo essa necessidade.

O que não entendo é o desprezo pelos pais biológicos das crianças.

Eu não sinto desprezo, mas tristeza por não entender porquê, não havia mais alguém que pudesse ficar com ela?

Mas ainda bem que não ficaram.

Contraditório não?

Nós "nascemos" para sermos mães da criança que outra mulher a deu à luz.

Será que foi um plano perverso de Deus causar sofrimento a uma outra mulher só para que nós pudessemos ser felizes?

Não, as pessoas é que são preversas.

E quem paga a factura são as crianças.

Acredito que há maneiras de demonstrar o quanto amamos nossos filhos. Digo muitas vezes à minha que ela é a luz da minha vida, que me sinto honrada em  ser mãe dela.

Que a amo mais do que minha própria vida.

Mas acredito na intervenção divina.

No destino.

6. Tratar mal os idiotas.

Tenho pavio curto. 

É sempre tentador ser antipática com os idiotas que fazem perguntas pessoais sobre a minha filha.

Mas é inevitável.

Logo permitam-me pedir desculpa ás pessoas que me perguntam  a Diana sai por ser tão morena.

A minha resposta: "Não sei, nunca reparei na cara dele, no corpo dele"

Arrependo-me por me ter comportado assim.

Porque as pessoas são mesmo assim

Quem adopta crianças que não se parecem consigo vão ser sempre questionadas.

Algumas questões são difíceis de engolir. 

Eu não devo explicações a ninguém.

Aprendi a lição.

A história é dela.

Ela pode falar a quem quiser, mas confesso que fico admirada quando me dizem que ela falou no assunto.

Contudo não tem obrigação de responder a perguntas.

Seja um adulto ou um professor a perguntar

Mas a regra de não ser mal educada com os idiotas tem uma exceção.

Essa não pode passar em branco:

-Porque adoptaste? 

É uma pergunta que costuma ser feita por ignorantes. 

Nem há resposta possível.

7. Pensar no teu filho como um filho adotivo.

Ela é tua filha.

Ponto.

Toda criança, não importa de onde tenha vindo, é parte da tua família.

Filhos adotivos não deveriam ter esse adjetivo.

Alguns podem ter problemas pelo facto de serem adoptados, mas a maioria, não.

E ainda bem.

É melhor para todos se pararem de achar que qualquer problema de desenvolvimento tem a ver com a adopção.

Crianças hiperativas, adolescentes rebeldes, filhos com dificuldades para ler etc.

Enganam-se nada disto está relacionado à adopção e tudo vai ficar mais fácil se aceitares isso.

8. Achar que dá para devolver um filho adotado.

Criar filhos - biológicos ou adoptados - é o trabalho mais difícil da tua vida.

Quando dás à luz ,tens sempre a ideia é que vais amá-lo e lidar com qualquer problema de saúde ou de desenvolvimento que ele venha a ter e fazes bem em pensar assim.

Mas a ideia deveria ser a mesma nas famílias que adoptam.

Contudo existe uma coisa chamada ruptura na adoção que me dá nauseas.

É quando uma família adopta uma criança mas não dá conta do recado.

Aí tenta encontrar uma solução e qual é a mais fácil?

Devolver.

Tal como uma roupa que compras e que chegas à conclusão que afinal não combina com nada que tens no armário.

Devolves.

A adoção é um meio para trazer uma criança para o seio da tua família.

Muitas partes do processo de adopção não se parecem em nada com dar à luz uma criança.

Mas uma coisa deveria ser idêntica: nossos filhos são nossos filhos para sempre.

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