PERDOAR UMA TRAIÇÃO!!!!!!!!!!FALTA DE AMOR PRÓPRIO!!! OU NÃO!!!!
Perdoar a traição é das tais coisas que foge à nossa capacidade racional.
E quando acontece, muitas vezes é porque existe nessa atitude uma esperança em fazer cessar o sofrimento.
Eu explico.
Supondo que a pessoa seja acometida por um arrependimento monumental, que amargue um tremendo remorso e se afogue num mar de culpa, aquele que traiu jamais terá a dimensão exacta do buraco gigante que cavou no peito do outro.
Ser traído é ter a confiança roubada pelas costas.
Sim porque por norma tudo acontece nas "nossas costas".
É ter a inteligência subestimada e a auto estima picada em minúsculos pedacinhos.
A dor da traição é extremamente complexa, porque quebra no interior daquele que foi traído, faz riur os alicerces sobre o qual foi construída a relação.
Ser enganado altera a capacidade de interpretar os sentimentos.
Ficamos frágeis, confusos, temos dificuldades em discernir o que é real, do que é uma ilusão destruída.
Não raras vezes, aquele que é traído acaba por ir buscar no seu comportamento, nas suas atitudes a razão para tudo o que aconteceu, torna-se suspeito do mal feito alheio, torna-se suspeito de um crime que não cometeu.
E doi.
Porra se doi.
Doi por inúmeras razões.
Doi porque é desnecessário.
Doi porque diminui a importância da história partilhada.
Doi porque não há nada que justifique a quebra de confiança.
A traição é a mais covarde das escolhas.
É a opção pelo caminho mais fácil.
É arrastar para dentro de um buraco o que deveria ser honrado e ter valor.
Perdoar a traição é dessas coisas que foge à nossa capacidade racional.
E quando acaba por acontecer muitas vezes é porque existe nessa atitude uma esperança em fazer cessar o sofrimento.
Perdoa-se numa tentativa de apagar os danos.
Quase sempre não é.
E o tempo acaba por revelar fissuras no relacionamento, ressentimentos, mágoas e culpas.
Por mais que pareça triste, no fim das contas o melhor que se pode fazer é cortar os laços.
Deixar que a ferida cicatrize em paz.
Seguir em frente e deixar que o outro descubra por si mesmo que havia outra escolha, ele só não foi capaz de fazê-la.
E depois disso, de ter sido capaz de desenhar no fim dessa história um definitivo ponto final, projetar para si mesmo um modelo mais saudável de relação, na qual o compromisso seja partilhado, assumido e respeitado por todos os envolvidos.
Porque errar na escolha do parceiro uma vez é humano, persistir na escolha errada é falta de amor próprio mesmo.
Eu decidi perdoar.
Estamos juntos há 6 anos.
Somando com os anos anteriores, estamos juntos há 20 anos.
Decidi dar outra chance.
Digo sempre, se isto aconteceu por algum motivo foi, tem que haver um motivo e eu irei descobrir qual é.
Será que me está destinado cuidar dele até que a morte nos separe?
Será que é isso que ele espera de mim?
É que a bem dizer ele tem 59 anos.
Não está a resultar lá muito bem pois esperamos sempre que a pessoa mude com os erros que cometeu.
Não mudou.
Continua o mesmos que era.
Feitios não se mudam certo?
E como não se mudam feitios não é qualquer um que consegue lidar com ele, viu-se nas 2 relações anteriores, uma de 3 anos outra de 4.
Não me estou a gabar, mas eu sou tolerante, sempre fui.
Mas ele algo que me agrada e que é muito pouco comum nos dias de hoje, é bondoso, muito bondoso, bondoso demais.
Todos dizem que é muito boa pessoa, sim é, lá está é bondoso.
Não entende uma coisa, eu tenho outra prioridade, pois é, já nada é como antes.
Mas sei e tenho pena de o dizer, não tenho amor próprio pois ao deixar esta relação acontecer não deixo outra entrar.
Mas será que eu quero outra relação?
Pois se calhar não, pois nesta tenho liberdade, gosto de fazer o que me apetece sem ter outra pessoa a controlar os meus passos.
Gosto de sair com outras pessoas sem ter obrigatoriamente de o levar comigo.
Aliás sempre foi assim quando vivemos juntos.
Mas uma coisa é certa não adianta pedir:
-Se alguma vez deixares de gostar de mim e te apaixonares por outra diz está bem?
Mas no fundo bem lá no fundo, vocês nunca perdoariam?