PARA QUEM NÃO SABE!!!!!!!!!!!!!!!
Como já disse várias vezes a adopção da Diana foi uma adopção monoparental, após o fim de uma relação de 10 anos e da qual não houve filhos, pois o N já tinha uma, eu queria ser mãe, ponto final queria ser mãe! mas sempre respeitei a decisão dele de não querer, fui burra podia engravidar e já estava , mas não, não sou assim e o respeito pelos outros é muito importante.
No início para a Diana o não ter pai foi sempre muito complicado, os colegas metiam-se com ela, diziam que era impossivel ela não ter pai, quando conhecia um homem, no ATL, nos ESCUTEIROS ela pura e simplesmente venerava-os,saltava-lhes para o colo, algo que me fazia muita confusão, com os meus amigos era sempre a favor deles e contra mim, aliás ela já estava tão desesperada por ter um pai que me perguntou o que tinha acontecido ao dela.
Tenho que ser honesta, não estava preparada para esta pergunta, como nessa altura ainda não lhe tinha dito que era adotada, o que iria dizer sobre o pai? Dizia-lhe que o pai a tinha abandonado, quando a devia ter amado?
Mas ela resolveu o assunto:
-Mãe o meu pai morreu não morreu?
-Sim filha morreu.
confesso que ninguém nos ensina a lidar com esta situação, e quando elas surgem, as respostas têm que ser tão rápidas, que nem tempo temos para pensar, isto não funciona naquela base de "eu vou pensar e já te respondo".
- Mãe o meu pai chama-se Rodrigo não chama?
Oh! que raio!
-Sim filha chama.
-Mãe quero ir ao cemitério vê-lo
Raios!Raios!Raios! Com esta não estava a contar, tinha que ir ao cemitério com a miúda e procurar todas as campas até encontrar um Senhor chamado Rodrigo, a sério? Só para mim.
Lá fui protelando a visita ao cemitério, não me estava a apetecer de todo ele há sítios onde se pudemos evitamos entar, certo?
Com isto a miúda lá resolveu mais uma questão dentro da sua cabecinha, pois ela precisava disto para fechar mais uma gaveta. Disse aos colegas que o pai tinha morrido e que se chamava Rodrigo, e eles pararam de a chatear, ao pararem ela também perdeu a vontade de ir ao cemitério.
Mas a questão da figura masculina manteve-se, tinha uma "paixão" pelo tio tudo o que ele dizia era lei, em relação aos meus amigos a mesma coisa e eu, eu era a mãe que lhe ralhava, castigava e sendo mulher era muito má em comparação com os homens.
A Diana devagarinho e ao seu ritmo cresceu, fisica e mentalmente,e uma vez à hora do almoço, ou jantar, não me recordo, ouviu a notícia, sim aqui em casa os pais gostam de ter a televisão ligada, eu não concordo, mas tenho que os respeitar, como dizia, ao ouvir uma notícia de um pai que tinha violado uma filha, vi que ela estava muito atenta , o que não é normal pois à mesa ela gosta de conversar, aproveitei a atenção, pois ela nunca via notícias, notícias pelo amor de Deus!!! ela queria era o Canal Panda, aproveitei a oportunidade e disse:
-Vês filha os pais também fazem mal aos filhos, não são só as mães, é óbvio que há mães que são más, mas os pais também são. E temos o inverso, há boas, muito boas mães e bons, muito bons pais.
Não disse nada, ouviu, captou e guardou.
O que é um facto é que a atitude dela mudou, não ficou a detestar os homens, nem ela tem essa capacidade, não faz parte do feitio dela, mas que mudou, mudou e eu fiquei mais aliviada.
Se resolvi bem ou mal a situação, o que é um facto é que resolvi, tal como as crianças, as mães não têm livros de instruções, logo guiamo-nos pela intuição