A TUA HISTÓRIA!!!!!!!!!!
Conhecemo-nos na escola primária.
Fomos juntas até ao quarto ano, eu tu e tua irmã gémea.
No quinto ano foste morar para outro lugar.
Deixamos de nos ver durante uns anos.
Encontramo-nos no oitavo ano.
Ficamos na mesma turma eu,tu e a tua irmã gémea.
E aqui começou de verdade a nossa amizade.
Por isso digo que somos amigas há quarenta e tal anos, porque nos conhecemos tínhamos 6.
E nunca mais nos esquecemos, pois assim que nos vimos não mais nos largamos.
Comecei a frequentar a tua casa, conheci a tua irmã mais velha e a mais nova.
Fiquei amiga da tua irmã mais velha, começamo-nos a dar muito bem, embora ela fosse muito diferente de nós, artista, estás a ver.
Vestia-se de maneira diferente, estava mais à frente, mas ficamos muito amigas.
Mas conheci-te primeiro e esta é a tua triste história.
Vivias numa bolha, a tua família era a tua bolha, a única amiga que tinhas era eu, pois tudo o resto era única e apenas a tua família.
Mas eu consegui entrar nessa bolha.
Crescemos e os nossos pais deram-nos autonomia.
Iamos todas para a praia.
A tua irmã mias velha uma namoradeira, nós mais envergonhadas, sempre juntas.
Entretanto na praia conheceste um rapaz que por acaso morava na nossa localidade, fiquei eu e a tua irmã gémea.
Namoraste uns bons anos com ele.
Eu e a tua irmã não, eramos envergonhadas.
Entretanto, e dentro da tua bolha influenciaram-te contra o teu namorado.
A tua mãe recortou um pedaço de uma revista sobre os homens, sobre a maneira de se vestirem, pois o teu namorado não se vestia bem, mas o que tinha isso de tão importante? ostavas dele não gostavas? Nunca ligaste a isso pois não.
Não, até ao dia em que leste o recorte da revista.
A tua mãe achava que era, muito, muito importante.
Lembro-me tão bem.
Vivias numa bolha e o que a tua mãe dizia era lei, era um mandamento.
E deixaste o teu namorado.
O tempo passou foste para a faculdade e conheceste aquele que viria a ser o teu marido.
Vestia-se bem, falava bem, tinha o dom da palavra, mas contudo..........
Dizia mal de tudo e de todos, inclusivé da tua família e tu permitias, e todos permitiam e eu não entendia porquê, teriam medo dele?
Porquê?
Sempre me dei bem com ele, contudo sei que também dizia mal de mim, lá está nas costas dos outros leio as minhas, mas eu não me importava, ele não era meu namorado.
Casaste.
No dia do teu casamento lembro-me que ofereceram uma algemas.
Quem te ofereceu mal sabia o que estaria para vir.
Os anos de casada foram passando e tu nada dizias, pensavamos que tudo corria bem.
Nem com a tua irmã gémea desabafavas.
Mas depois começaste a fazê-lo.
Davas aulas na faculdade, davas aulas no estrangeiro, ganhavas bem e o teu marido usava o teu dinheiro para investir na bolsa, isto com a conivência do pai dele.
Deixaste de conduzir pois o teu marido dizia que eras um perigo, não era verdade.
Deixaste de sair à noite, ganhaste fobia, pois ele não te deixava sair com os teus colegas de trabalho, com os teus amigos.
Já mortificada de tanto mal e tão pouco bem, pegaste numa caixa de comprimidos um copo de água foste para a cama, entretanto o telemóvel toca.
Era um colega teu, disseste-lhe o que estavas prestes a fazer, o teu colega demoveu-te, dizias que ele tinha um dom, que pessentiu, que te salvou.
Entretanto o teu marido mudou de emprego.
Começou a trair-te com colegas de trabalho, e tu sabias, mas não queria saber.
Entretanto começa a bater-te.
Um estalo de vez em quando, uns beliscões, sim ele beliscava-te, umas pisaduras, sim andavas pisada.
E dentro da tua bolha, a tua família sabia mas nada dizia, pois tu não querias ouvir.
Beliscava-te em frente da tua família e nada diziam, pois tu não permitias.
E ele continuava a atormentar-te e tu nada dizias e nada querias ouvir.
Até que chegou o dia em que pediste o divórcio.
Ele disse não, não te dava o divócio e não saía de casa, tu tinhas que sair, não ele.
Mantiveste-te firme, não saíste de casa e viveram assim durante muito tempo.
Entretanto ele decidiu ir viver com outra mulher e deu-te o devórcio, saiu de casa.
Ficaste em paz.
Vi-te após tudo isto, encontramo-nos na rua, falamos, combinamos ir jantar fora, no próprio dia cancelaste, não sais à noite, pois!!!!!!!!!!
Quando te vi estavas excessivamente magra, não tinhas brilho nos olhos, mas ao sorrires ainda tinhas aquela covinha na bochecha que te faz tão bonita quando sorris.
Aliás sempre foste muito bonita, linda, sempre foste linda.
Mas o teu sorriso não tem alma.
Perdeste-a.
O equilibrio perdeste-o.
A medicação tenta fazê-lo por ti, pois sozinha não consegues, pois se o fizeres cais do trapésio e é uma queda sem rede.
Mas para tristeza da tua famíla, para minha tristeza, dizes que te arrependes do divórcio.
Porquê?
Porque dizes que tens medo da solidão.
Quando te conheci com 6 anos não esperava que viesses a sofrer tanto, isso não estava escrito nos nossos manuais, a professora não ensinou isso nas aulas.
Quando te conheci era suposto sermos felizes para sempre.
Mas tu escolheste o homem bem vestido por fora e mal vestido por dentro e deixaste o homem mal vestido por fora e bem vestido por dentro.