Autor: Valdeci António dos Santos1
A adolescência consiste no período do desenvolvimento humano de transição entre a infância e a vida adulta. Caracteriza-se por um processo de maturidade crescente, que envolve uma série de transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais.1
É um período em que o jovem perde a confiança completa que existia durante a infância, nos pais, quando estes eram os principais modelos a serem seguidos e, portanto, os seus grandes heróis. Passando agora, para a autoconfiança no manejo da vida, à partir de suas próprias ideias e experiências sobre o mundo.
É nessa fase que tem início a puberdade com visíveis alterações físicas como o estirão do crescimento, o luto pela perda do corpo infantil e perda da identidade e papeis infantis, pelos pais da infância.
Diante de tantas transformações e percepções, o jovem, parte para a construção de sua identidade, através da busca de valores e objetos pessoais mais permanentes. Nesse sentido, aumenta-se a necessidade de vivências e atitudes de tendências grupais, a necessidade de intelectualizar e fantasiar, uma vez que seu desenvolvimento cognitivo já permite criar hipóteses. Observa-se uma capacidade de senso crítico e, por isso, podem ocorrer crises religiosas, atitudes sociais reivindicatórias e condutas contraditórias.
Embora alguns aspectos possam ser generalizados a vivencia é singular, bem como a forma de lidar com cada situação, principalmente no que tange ao desenvolvimento da sexualidade, a separação progressiva dos pais e as constantes flutuações do humor e do ânimo.
No âmbito geral há uma grande preocupação com a aparência, querem ser diferentes, mas, se vestem iguais, devido à preocupação com o grupo.
Os adolescentes precisam de grupos e experimentam diversos grupos para tentar se encaixarem e se sentirem aceitos, afim de sair do desamparo, da solidão, evitar a exclusão e se sentirem pertencentes.
Porém, essas atitudes levam ao risco de comportamentos influenciados pelo grupo, muitas vezes indesejáveis pelos pais.
Diante dos conflitos buscam sempre um senso de justiça e quando há êxito na resolução é um exercício para a autoestima, caso contrário haverá insegurança.
A vivência temporal é focada no aqui e agora, um ano é muito tempo e por isso, não se importam com o futuro.
Para lidar com tudo isso, o apoio dos pais na fase anterior é fundamental, pois uma adolescência saudável começa na infância1.
Se a compreensão do universo adolescente é um desafio para os pais, que já vivenciaram essa fase, imagina para os próprios adolescentes que estão no meio do turbilhão.
Portanto, a compreensão e o direcionamento para a fase adulta pode ser um bom caminho diante dessa fase de transição.