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mãedocoraçãosoueu

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A PEDAGOGIA DA PROFESSORA DE APOIO DE PORTUGUÊS

Ainda estamos no 5º ano e a Diana com todos os apoios 

- Ensino Especial

- Matemática

-Português

Neste ano os apoios são dentro da sala de aula (APP) e fora da sala de aula, antes ou depois das mesmas.

O APP de Português após a mensagem que mandei na caderneta para a professora, começou a correr bem, mas no que diz respeito ao Apoio de Portugês com a professora efetiva não estava a dar frutos, a miúda estava cansada eu entendo, pois ela via os coleguinhas a ir para casa e ela tinha que lá ficar, além disso havia a triste questão de lhe chamarem deficiente e blá,blá,blá whiskas saquetas,já disse e volto a repetir os miúdos são muito cruéis e os com esta idade revelam ser ainda mais, mas eu não podia fazer nada, a partir do momento em que não a gredissem, eu não podia fechar a matraca aos miúdos, eles são infelizmente o reflexo dos pais, e ficou comprovado nas reuniões de pais, onde eles levantaram a máscara, eu no meu cantinho só observei, adoro observar e analisar.Só dizia à Diana para ignorar, não chorar pois se assim o fizesse, não lhes dava pica e eles deixariam de a chatear, e foi tal e qual, bater, não lhe batiam pois ela era a mais alta da turma, logo impunha respeito, assim sendo atacavam-na com palavras.

Após esta divagação vamos ao apoio de Português, não estava a correr muito bem, a Diana não colaborava mas a professora, nunca mandou recado na caderneta, resolveu o problema sozinha, e como?

Começou por conversar com a Diana, ela adora conversar e sabe que com isso menos apoio terá, pois com a conversa da treta o tempo vai passando e menos tempo tem para aprofundar a matéria, esperta não? A pequenita pode ter um deficit cognitivo mas espartolhona é ela.

Com estas conversas e com duas aula de apoio por semana foi-se criando uma empatia entre as duas,e a professora descobriu o quê? A Diana era viciada em chocolate, há que tenha outros vícios a minha era o CHOCOLATE.

Como funcionou esta descoberta?

A professora dizia à Diana que se ela colaborasse no próximo apoio dava-lhe um chocolate, e não é que a miúda fazia tudo o que a professora pedia, atenção que tudo isto foi-me transmitido pela minha filha, foi-me dito na primeira pessoa:

-Mãe xabes a professora Maria José diz que se me portar bem no próximo apioio dá-me um chocolate Kinder.

Devo confessar que não achei piada nenhuma mas se a coisa estava a correr pelo melhor, resolvi não intervir,aliás já disse que pouco intervenho nas políticas dos professores, só em casos graves, mas naquela altura , tranquilo, tudo tranquilo.

O que é um facto é que resultou, resultou de tal maneira que no Natal e na Páscoa a professora ofereceu-lhe umas prendinhas muito fofas que ainda guardamos com muito carinho, criou-se um laço de amizade entre aluna/professora, eu só receava uma coisa, que a professora prometesse algo à Diana e depois não cumprisse, era a pior coisa que lhe podiam fazer, era muito complicado explicar-lhe que as pessoas podiam esquecer-se, ou não tinham comprado piis não tinham dinheiro, simplesmente a Diana não entendia, o que lhe prometiam tinha que ser cumprido, ainda hoje digo a quem a conhece, não lhe prometam nada que depois não possam cumprir,  se quiserem fazer alguma coisa com ela combinem no próprio dia, porque depis sou eu que tenho que lidar com a situação, mesmo eu que sou mãe só lhe digo que vamos fazer isto, ou aquilo, quando tenho certezsa, mas agora com 15 anos ela está melhor, muito melhor.

SE A PEDAGOGIA DA PROFESSORA FOI A MELHOR, AINDA HOJE ACHO QUE NÃO, MAS DE FACTO RESULTOU.

 

 

 

 

OUTRA VEZ O MALDITO RUBIFEN!!!!!!!!!

Ainda estamos no 5º ano, aliás a Diana.

Após mais uma reunião com a Directora de Turma, como já referi, reuniões essas devido ao apoio e ao ensino especial, a Senhora disse-me que após reunir com os professores estes comentaram que a Diana tinha pouco poder de concentração, distraia-se com a mínima coisa, uma mosca, um barulho no exterior, quando davam conta ela já lá não estava, aliás o pensamento dela já lá não estava, andava a vaguear,perante esta informação e como tinhamos consulta de desenvolvimento no final do primeiro periodo,todas as consulta eram agendadas para o final de cada periodo, já com esse propósito, saber a opinião dos professores, eu transmiti esta informação à médica, assim sendo resolveu medicá-la, uma pastilha e meia de Rubifen, devido ao peso e altura dela.

Inicia o 2º periodo, a Diana inicia a medicação, e como ja referi lá vinham os efeitos secundários e eu é que levava com eles, pois no percurso para casa perguntava-lhe:

-Então filha como correram as aulas?

Diana sem medicação

-Correram bem mãe.

Diana com medicação

-Que chata, perguntas a mesma coisa todos os dias, que chatice!

Bom isto para mim era um dejávu, voltamos à fase má, voltamos à fase onde a Diana deixa de ser ela mesma e se transforma em algo que nunca consegui aceitar e que nunca gostei, pois já tinha dito que após o efeito da medicação ela virava bicho,sheat!sheat! não gosto.

Nova reunião com a diretora de turma para me dar um feedback sobre a Diana medicada.

Os professores reuniram mais uma vez e questionaram a diretora se eu, mãe, não estaria a dar medicação a mais à Diana pois ela não era a mesma menina.Sério! Era bom informarem-se que isto é mesmo assim, e no fundo tive sorte com os professores ,porque hoje em dia pode-se fazer queixa de tudo e mais alguma coisa, sendo a Diana adotada podiam ter chamado a Segurança Social e comunicado a opinião deles, hoje em dia infelizmnete vale tudo, e sabe-se lá o que podia acontecer.

Ora vamos lá ver, se tem falta de concentração é porque tem falta de concentração, se parece uma múmia é porque parece uma múmia, então como é que vai ser? Ainda com a agravante de acharem que eu lhe dava medicação a mais.É um bocadinho grave!!!

A minha sorte é que a Diretora já me conhecia minimamente, pois estavamos constantemente em contacto e na reunião ela disse aos professore que não, que me conhecia minimamente e sabia que eu era contra a medicação, só concordei em lha administrar devido às conclusões da última avaliação da miúda, e que assim sendo me iria transmitir a opnião dos colegas, e foi o que aconteceu.

Consulta de desenvolvimento no fim do segundo período, transmiti à médica a opinião dos professores acerca do comportamento da Diana coma medicação, as notas mantinham-se, 2 negativas, foi-lhe retirada a medicação e teve alta, não precisamos mais desta consulta, a Diana voltaria ao seu estado normal, com ou sem concentração, passou para o sexto por mérito próprio, como é óbvio, com testes adaptados, com os apoios e com o ensino especial.

A medicação nem sempre é o tratamento ideal para o deficit de atenção, existem métodos pedagógicos que ajudam os miúdos a concentrarem-se cabe aos professores terem a sensibilidade de se informarem, pois desde o inicio sabiam que iriam ter em uma das suas turmas uma criança do ensino especial, que iria ter apoio dentro da sala de aula, Matemática e Português e fora da sala de aula Ensino Especial, ser professor, alías ser um bom professor, e isto dito pelos meus na faculdade é aprender todos os dias, manter-nos sempre informados e atualizados, isso só benificiariá a nosso favor, e consequentemente a favor das crianças.

A paritir do quinto ano e com 10 anos acabou-se a medicação, já lá vão 5 anos. 

Neste momento estou a olhar para ela esparramada no sofá, com uma manta a cobri-la e a ver um filme, quem diria que aquela menina de 6 anos que cansava qualquer um só de olhar para ela, agora está ali tranquilamente a ver um filme:)

 

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