CUIDADO COM A MINHA MÃE!!!!!!!!! ESTA ASSUSTOU-ME DE VERDADE!!!!!!!!!!!
Tal como já vos tinha contado no post anterior a minha mãe tem um quintal, aliás tem dois, mas um deles fica muito perto de casa.
Esse quintal é de um lavrador que o aluga em parcelas.
A parcela da minha mãe é a primeira bem perto da estrada.
Uma estrada onde passam poucos carros, somente os dos habitantes desta aldeia onde moramos.
Há muito, muito tempo um grupo de miúdos no Verão e como estavam de férias, decidiam ir brincar à noite, jogar à bola e fazer música, mesmo em frente do terreno da minha mãe.
Se a música fosse de qualidade até se tolerava.
Mas até aí tudo bem.
Como dormiamos com as janelas abertas ouvia-se o barulho até ás tantas da noite, mas que poderíamos fazer senão aguentar?
Continuo a dizer até aí tudo bem.
Brincar na rua não é proibido.
Proibido é brincar fazendo asneiras.
A minha mãe no outro dia de manhã quando ia para o quintal tinha tudo destruido, pois como é óbvio ao jogarem à bola esta ia para o quintal e para a recuperarem eles pisavam tudo.
Além disso encontrava vários objectos, pois eles decidiam fazer pontaria aos legumes plantados.
A minha mãe já fervia
E assim foi durante uns dias.
Mas eles como se julgavam muito espertos um dia decidem ir brincar enquanto a minha mãe estava nos seu afazeres, no quintal, a tratar da sua horta.
E vai que de repente, uma bola no quintal.
A minha mãe nada fez, a bola ficou lá, e ela ficou à espera do corajoso que lha pedisse.
Nada, não disseram nada, mas começaram a dizer uma data de palavrões, a insultá-la.
A minha mãe não tem mais nem porquê, pega na foicinha.
Sabem o que é uma foucinha?
É um objecto para cortar erva e tem dente bem afiados.
A minha mãe pega na foucinha e atira-lhes.
Nem olhou, atirou e pronto.
Os miúdos panicaram, não estavam a contar e vai um deles:
-Cara....... a mulher é maluca, não viu que me podia matar.
- E mato-te mesmo, não só por estarem a gozar comigo mas também por andarem a destruir o meu trabalho.
Fugiram.
Para onde não sei.
Uma mãe veio pedir desculpa.
O avô de outro quando viu quem era a suposta assassina do seu neto, voltou para trás.
Em casa ao contar-me tal situação zanguei-me com ela.
-Tu sabes que podias ir para a cadeia se acertasses em alguém?
-Tu achas que o terreno vale a pena tu ires para a cadeia?
-Tu queres que fiquemos sem ti?
A minha mãe sabiamente responde
-Eu sei disso tudo, mas não admito que brinquem com o meu trabalho, que me insultem e acima de tudo que gozem com a minha cara, eles fizeram de propósito para me testar, tiveram azar.
Uma coisa é certa os miídos mudaram de local, foram gozar outro.
Mas ainda hoje me questiono, tantas parcelas de terreno porque é que a minha mãe escolheu logo a que está à face da rua?
Que educação davam os pais aqueles miúdos?
Agora são homens, alguns casados e com filhos.
Que educação vão dar aos seus?
Será que se vão lembrar do que fizeram?
Será que vão ensiná-los a respeitar o próximo?
Uma coisa eu sei.
Nesse dia eu podia ficar sem a minha mãe.