OS LIVROS INFANTIS E O QUE TÊM PARA NOS ENSINAR!!!!!!!!!!!!
Podem não acreditar mas os livros infantis têm muito para nos ensinar.
Resolvem questões práticas como a de atribuir uma voz à consciência.
"Pinóquio" de Carlo Collodi, inventou um personagem de todo fascinante, o Grilo Falante, só ele se lembrou de criar um grilo, enfiar-lhe uma casaca e um chapéu alto e transformá-lo em consciência.
Uma das disciplinas para a qual nunca tive muito jeito, era desenho, faltava-me inspiração e o génio de artista, não consguiria por esse motivo dar alma aos objectos, voz às árvores cor à memória, fatos para os animais, tal requere muito talento, e admiro quem o tem, e conheço pessoas que o têm, adoro, mas não é para qualquer um, é um dom? Vai lá com a prática? Não! é de certeza inato à pessoa, já se nasce com esse jeito na pontinha dos dedos.
Pois Collodi teve tudo isso e muito mais, teve um espirito observador, uma capacidade critica e auto-critica acima da média, teve sentido de humor e uma ironia refinada.
Se assim não fosse não existiria o grilo falante, devido ao seu sentido de humor criou a voz da consciência personificada numa numa criatura tão insignificante.
Se pensarmos bem a voz da consciência aparece tal e qual é na vida real, pequena, incómoda, umas vezes gaguejante outras vezes incisiva, mas sempre presente.
O grilo falante pode não parecer, mas é o personagem central da história do Pinóquio,ele anima toda a acção, ele provoca, ele pergunta, ele responde, ele zanga-se. ele ri, ele espera e desespera com o tempo que o Pinóquio precisa para formar uma opinião e acima de tudo tomar uma decisão.
A forma como lida com as situações, a maneira inteligente como tenta organizar o sistema de valores e o julgamento que faz das prioridades às quais estabelece a um boneco de pau cabado de nascer das mãos de um carpinteiro, é deveras genial.
Em delírio ele salta, grita e corre ao lado do Pinóquio mas sempre em descompasso, o mesmo acontece connosco.
Quantas vezes fingimos que não ouvimos a voz da nossa consciência?
Quantas vezes decidimos ignorá-la apesar de todos os sinais de alerta?
Quantas vezes a nossa voz diz, vai por ali, e nós optamos por outro caminho?
A nossa fraqueza reside aí, ao ignorarmos a voz da consciência, ao fugirmos aos problemas ou ao desafiarmos perigos que podíamos evitar.
Muitos de nós deviamos adoptar um grilo falante e associá-lo à nossa consciência, talvez seja um método eficaz para evitar seguir pelo caminho errado que nos vai levar a lado nenhum.