NÃO HÁ OLHOS QUE LEIAM MELHOR QUE OS NOSSOS!!!!!!!!!!!!
Normalmente, não gosto de julgar os outros porque não sei quando esse julgamento vai recair sobre mim.
Prefiro olhar todos por igual. Respeitar os mais calados, os que coram com um elogio e temem, muitas vezes, a palavra.
Ou os que riem com vontade, falam sem medo e se intrometem mesmo que inoportunamente.
Mentira detesto quem se intromete inoportunamente
Na maior parte das vezes, recuso-me apontar o dedo porque sei que, um dia, ele vai voltar-se contra mim.
Prefiro antes manter-me atenta.
Saber observar sempre foi uma das minhas melhores qualidades.
Conhecer pelo olho.
Sentir pelos gestos.
Perceber pelas atitudes.
Muitas vezes, não troco sequer uma palavra.
Posso até criar uma ideia mas não a transmito a ninguém.
Fica comigo até ao dia em que possa comprová-la. Não julgo. Penso.
Depois de pensar falo.
Algo que acho ter direito.
Não gosto de dizer que não gosto porque.
O porque sempre me pareceu demasiado forçado, demasiado pouco para poder ser considerado.
Digo que não gosto e argumento, há os que aceitam e há os que levam a peito.
Não gosto de justificar o que não sei nem conheço.
Mas passo maior parte da minha vida a justificar os actos dos outros.
Já me chamaram Madre Teresa de Calcutá.
Sempre soube respeitar todos na sua personalidade.
Porque se há algo de único em alguém é precisamente isso.
Esse pequeno centro que nos atrai e repele, simultaneamente.
Sim há pessoas que me repelem, das quais me afasto mas que nunca prejudico, nem prejudicarei.
Simplemente deixam de existir.
Esse pequeno dom que, sendo parte inato, ou conquistado (diariamente), é sempre nosso (meu, teu, dela, dele) e, por isso, verdadeiramente especial.
Pena que nos recusemos a conhecer aqueles que, certas vezes, fogem do nosso.
Acredito que muitos se reencontram no centro que os repele e que tantos outros se perdem no que os atrai.
Trata-se apenas de aceitar.
De observar, por vezes em silêncio, e de ser, sobretudo, tolerante.
Mas ser tolerante tem um preço, e há preços que não estou disposta a pagar.
Perceber que o ser humano é de tal forma grandioso e complexo que, muitas vezes, ele próprio deixa de se reconhecer no seu corpo e alma e tudo mais que lhes acresce.
Prefiro, por isso, a tolerância à incompreensão.
Mas por muito que tente muitas das vezes sou intolerante.
Aceitar alguém pelo que é, foi ou fez do que rejeitá-lo à partida sem conhecer o que poderá ser.
Verdade " não julgues à partida algo que desconheces"
Ver por mim, porque não há olhos que leiam melhor do que os nossos.
Contraditório este texto não?