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Saber dizer "Não" aos nossos filhos é uma arte.
O mundo está cheio de nãos e eles nem querem saber!!!
Dizer não faz parte da educação dos filhos. Já pararam para pensar como é difícil? Dá muito trabalho! Gera birras, caras feias, manhas,discussões mas é importante o Não! Então depois de um longo dia de trabalho, quando chegamos a casa cansados, fisica e psicologicamente e ainda temo pela frente uma boas horas de trabalho "caseiro", o SIM é mais fácil que o NÃO.
Criamos os filhos para a vida, sendo que ela muitas e muitas vezes nos diz não. Há muitas coisas que simplesmente não são permitidas e temos que lidar com isso. Como aprender, então?
Uma das maneiras possíveis é por meio da negação, da privação e da frustração. Queremos que nossos(as) filhos(as) tenham sempre tudo, mas não é possível. Ao permitirmos tudo e dizermos sempre sim, estamos a ensinar que na vida tudo pode e que a vida tudo nos propicia. Seja na escola, no parque ou em casa de amigos, por exemplo, a criança passará por situações em que o brinquedo ou objeto que quer lhe será negado. E essa criança precisa ter instrumentos psíquicos para saber lidar com isso e ensinar sobre a palavra “não” é extremamente importante.
Isso é obviamente desgastante e requer tempo, ensinamento, diálogo e paciência, sendo que este último item depende de ambas as partes. Na maioria das vezes é realmente mais fácil concordar e permitir, afinal, depois de um dia cansativo, ter que lidar com stress em casa é a última coisa que queremos. Mas educar é isso. É uma constante. É um processo que não permite que deixemos para depois. Educar também é dizer não.
Atualmente vemos uma crescente queixa em níveis escolar e familiar sobre a falta de limites infantil. Estão a ser criados “monstrinhos” que não obedecem, crianças que ao menor sinal de contradição se rebelam e que tornam a convivência difícil. São efeitos da falta de “não”.
Paremos para pensar: limite é uma linha invisível e impeditiva. Quantas linhas invisíveis existem no mundo? Não podemos simplesmente sair nus por aí. Não podemos dizer tudo o que queremos a todos. Essas são algumas das linhas invisíveis da vida. Como as adquirimos? Aprendendo que nem tudo é possível. Essa aprendizagem pode ser mais doloroso ou mais suave. Uma criança que sempre pode tudo sofrerá ao deparar-se com uma linha invisível . Um indivíduo que aos poucos foi aprendendo e vivendo a frustração passará por isso de forma mais natural.
Proibir e dizer não também dá segurança, uma vez que a criança não se sente tão solta e perdida. Ela sabe que está protegida, que também que tem alguém a cuidar dela, pela sua saúde, por sua integridade física e também psicológica. Sabe que não corre perigo, que é amada e cuidada.
Isso não quer dizer que o não deve estar sempre presente. O não deve ser usado na hora certa. Há coisas que são permitidas e o sim deve estar tão presente quanto o não. Equilíbrio é fundamental.
É bom ter sempre em mente que tudo, o sim ou o não, deve ser sempre acompanhado de carinho e atenção. É um exercício, requer vontade e acima de tudo amor. Educar é querer o melhor. É preparar para a vida. E a vida pode ser bonita e pode ser dura. A maneira de encará-la vai depender sobretudo dos instrumentos que adquiriu, e esses cabe-no a nós pais, fornecer-lhes.
Com a minha filha há um equilibrio entre o SIM e o Não, sei que quando é Não fica amuada,passa rápido, faz parte da maneira de ser dela, mas tento, por mais que ela não queira explicar o porquê.
Dou-vos um exemplo:
Uma ida ao cinema com os amigos, sessão das 17H45, à partida não gostei, pois sabia que a chegada a casa seria por volta das 8, tentei convencê-la a mudarem a hora da sessão, levei um não, a minha vontade? Não a deixar ir, mas deixei.
Afinal a sessão era às 18h45, adolescentes!! Tão desorganizados, tão à toa, tão cabeças no ar.
Fim da sessão, 9h, a minha filha ainda tinha que vir para casa, noite, já escuro, veio a pé, sozinha.
Minha mãe diz que sou muito fria, que devia ir buscá-la a meio do caminho eu digo:
- Não!!! vai aprender com as parvoices que faz
Minha mãe vai para o quarto triste e preocupada..
Eu fico no sofá zangada e preocupada devido à insensatez destes muidos.
Recebo uma mensagem:
" Mãe desculpa"
Fiquei à espera com o coração nas mãos, do Norteshopping a casa pelo menos meia hora de percurso, noite, escuro, mas pensei:
As coisas más não acontecem só à noite.
Fiquei a aguardar.
A chave na porta, CHEGOU.
Um misto de alívio e raiva.
Jantou, com pouca vontade, jantou, porque ao lado dela estava a mãe a dar-lhe um sermão daqueles
-Mãe não volta a acontecer, não tenho vontade de comer, vou tomar duche e vou para a cama.
Estava segura, teve medo, mas aprendeu a lição.
E eu estive perto de um enfarte, faltou pouco.
Adolescência, Inconsciência, e mais um rle de coisas que me tiram do sério!!!!
No final foi um SIM que se tarnsformou num Não, mas um Não vindo dela, eles sozinhos chegam ao Não, pelo menos a minha chegou,
"Um dia, quando os meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva um pai, eu hei-de dizer-lhes:
- Amei-vos o suficiente para ter insistido para que juntassem o vosso dinheiro e comprassem uma bicicleta, mesmo que eu tivesse possibilidades de a comprar.
- Amei-vos o suficiente para ter ficado em pé junto de vós, duas horas. Enquanto limpavam o vosso quarto… trabalho que eu teria realizado em quinze minutos.
- Amei-vos o suficiente para vos obrigar a pagar a pastilha que “tiraram” da mercearia e dizer ao dono: - Eu roubei isto ontem e hoje queria pagar.
- Amei-vos o suficiente para ter ficado em silêncio. Para vos deixar descobrir que o vosso amigo não era boa companhia.
- Amei-vos o suficiente para vos deixar assumir as responsabilidades das vossas acções, mesmo quando as penalizações eram tão duras que me partiam o coração…
- Amei-vos o suficiente para vos perguntar: - Onde vão, com quem vão e a que horas regressam a casa.
- Amei-vos o suficiente para vos deixar ver fúria, desapontamento e lágrimas nos meus olhos.
- Mas acima de tudo, eu Amei-vos o suficiente para vos dizer NÂO, quando sabia que me iriam odiar por isso.
Hoje estou contente.
Venci, porque no final vocês também venceram. E qualquer dia, quando os vossos filhos forem suficientemente crescidos para entenderem a lógica que motiva os pais, vocês irão dizer-lhes, quando eles vos perguntarem se os vossos pais eram maus, que sim, que éramos os piores pais do Mundo, porque:
- Enquanto os outros miúdos comiam doces ao pequeno-almoço, nós tínhamos de comer cereais, tostas e ovos…
- Os outros miúdos bebiam Pepsis ao almoço e comiam batatas fritas, enquanto que nós tínhamos de comer sopa, segundo prato e fruta. E, não vão acreditar, os nossos pais obrigavam-nos a jantar à mesa, o que era bem diferente de outros pais!!!
- Os nossos pais insistiram em saber onde nós estávamos a todas as horas, era quase uma prisão. Tinham de saber quem eram os nossos amigos e o que fazíamos com eles.
- Insistiam em que lhes contássemos que íamos sair mesmo que demorássemos uma só hora, ou menos…
- Nós tínhamos vergonha de admitir, mas eles violaram uma data de leis de trabalho infantil: - Nós tínhamos que fazer as camas, lavar a loiça, aprender a cozinhar, aspirar o chão, engomar a nossa roupa, ir despejar o lixo e todo o tipo de trabalhos cruéis… Eu acho que eles nem dormiam a pensar em mais coisas para nos mandar fazer!
- Eles insistiam connosco para lhes dizer-mos a verdade, apenas toda a verdade, sempre a verdade.
- Na altura da adolescência, eles conseguiam ler os nossos pensamentos, o que tornava a vida mesmo chata.
- Os nossos pais não deixavam os nossos amigos buzinarem para nós descermos. Tinham de subir, bater à porta para eles os conhecerem …
- E quando toda a gente podia sair com doze ou treze anos, nós tivemos que esperar pelos dezasseis.
- Por causa dos nossos pais, nós perdemos experiencias fundamentais da adolescência Nenhum de nós esteve alguma vez envolvido em actos de vandalismo, violações de propriedades, nem foi preso por algum crime…
Foi tudo por causa deles!
Agora já saímos de casa, somos adultos, honestos e educados. Estamos a fazer a nosso melhor para sermos “maus pais”, tal como os nossos pais foram…
Eu acho que este é um dos males do Mundo de hoje: - Já não há suficientes “maus pais”.
Os meus pais foram “maus pais” e hoje dou-lhes graças por isso.
Tenciono ser assim mesmo com os meus pequeninos que um dia hão-de vir.
Precisamos de criar crianças que sejam bons adultos. Para um futuro melhor.
- Um beijo grande"
QUANDO ADOTEI AMINHA FILHA PESSOAS AMIGAS PARTILHARAM COMIGO, LIVROS, TEXTOS E SABEDORIA E ESTE FOI MAIS UM DOS TEXTOS QUE ANDA NA MINHA MALA, PARA LER DE VEZ EM QUANDO E NÃO ME DEIXAR ESQUECER QUE SOU MUITA MÁ MÃE.