UMA MÃO LAVA A OUTRA E AS DUAS LAVAM A CARA!!!!!!!!!!!!!!
Esta expressão significa que uma pessoa deve ajudar a outra.
Assim como uma mão não se consegue lavar por completo sozinha e precisa da ajuda da outra mão, a analogia serve para as pessoas também. Tu ajudas alguém e esse alguém ajuda-te a ti.
Pois foi exactamente o que aconteceu ontem.
Como já disse vivo numa aldeia.
Onde todos se conhecem.
Uns melhores que os outros como é óbvio.
Pois bem .
Eu já precisei da ajuda do Senhor Azevedo.
Agora ele precisou da minha.
E é assim que as coisas funcionam.
Não há outra maneira possível.
O Senhor Azevedo "faz" um quintal ao lado do da minha mãe.
Já nos conhecemos há muitos anos.
Ao Senhor Azevedo, à esposa, filha e neto.
Quando preciso de furar uma parede, colocar um estore, colocar uma lâmpada, montar um móvel, aqueles da Ikea que têm mais de 500 peças, quem é que chamo?
O Senhor Azevedo.
E o Senhor Azevedo está sempre disponível.
Sempre.
Alías estava.
De há uns tempos para cá o Senhor Azevedo entrou numa espiral depressiva.
Já não vai ao terreno.
Já não ajuda quando preciso, aliás a minha mãe dizia para não o chamar, que ele não estava bem.
Tive que me socorrer de outra pessoa conhecida.
O Senhor Azevedo era daquelas pessoas que fazia a minha mãe e toda a gente que os fosse visitar ao terreno, rir, mas rir mesmo pois ela era muito engraçado.
A minha mãe chegava e fazia-nos rir a nós com as peripécas dele.
Mas isso acabou.
O Senhor Azevedo não brinca.
Aliás nem aparece no Quintal.
Desistiu.
Atirou a toalha ao chão. Isto são as depressões não?
Contudo foi ao médico de família e trouxe uma pilha de madicamentos.
Estava cada vez pior.
Passaram 4 meses e estava cada vez pior.
Mas o grande problema é que a filha era a vitima e a esposa a pacificadora, mas a Zezinha já não estava a aguentar mais.
A próxima a ir ao médico seria ela.
Com toda a certeza.
Até que um dia.
O Sr. Azevedo decide pedir ajuda à minha mãe.
Sabia que o meu irmão tinha ido a um bom psiquiatra e estava melhor, logo deciciu desabafar com a minha mãe.
Bateu no fundo.
Tinhamos que o fazer vir à tona.
A minha mãe pede para eu ligar ao Dr. Alexandre.
Estava de férias, o Dr. Alexandre.
Ainda tinha que aguardar uns dias.
Uns dias às vezes são meses, pelo menos para quem aguarda ansiosamente por ajuda.
O Senhor Azevedo lá aguentou.
Finalmente o Dr. Alexandre chegou.
Liguei.
Disse que era irmã do Rui.
Disse que tinha um caso muito urgente.
Liguei na Quinta e no Sábado ( ontem) lá fomos.
Atendeu-o às duas.
Só o faz em caso excepcionais.
Obrigada Dr. Alexandre.
E eu também fui.
Porquê?
Perguntam vocês.
Porque após me dar a morada eu vi logo onde era o consultório.
Conheço muito bem o Porto.
Vá lá, sorte a minha.
A consulta demorou 2 horas.
Chegamos mais cedo, 13 e 45 lá estavamos.
Saímos às 16 e 15.
O Senhor azevedo saiu de lá satisfeito.
Desabafou.
Ouviu conselhos.
Assimilou tudo.
A medicação foi toda alterada.
A Zezinha entrou no fim a pedido do médico e também gostou muito.
Vinham felzes.
Mas ainda não se via nos seus rostos.
Ainda vai demorar.
Bem felizes não é a palavra certa pois o senhor Azevedo e a Zezinha há muito que não sabem o que é a felicidade.
Mas se tudo correr bem e a medicação começar a fazer efeito.
A felicidade deles vai começar.
E a nossa também.
Pois quando os outros estão felizes, nós também estamos.
E é isto.
E pode ser que o Senhor Azevedo volte ao seu quintal e anime a minha mãe.
E pode ser que daqui a uns tempos a minha mãe já venha contar mais peripécias do senhor Azevedo.
Eu para já não preciso de furos nem montar móveis.
Mas se precisar eu espero.
Espero que o Senhor Azevedo melhore.
E se ele me vier ajudar é sinal que está melhor.
E eu fico feliz.
Uma mão lava a outra e as duas lavam a cara.