De todos os sentimentos e encontros que já vivi, nenhum me trouxe um peso uma aprendizagem maior do que o acto de pertencer. Mas pertencer num significado mais profundo.
É sobre ter consciência e aceitação pelas qualidades e falhas com as quais lido dentro do meu ser.
Porque pertencer, nas minhas mais recentes descobertas, quer dizer não encolher os sonhos do coração.
É continuar a sonhar.
Então luto diariamente para me pertencer de uma maneira em que desistir de mim não seja uma opção.
Tem dias que acordar é uma luta para a qual não estou preparada.
Que preciso fazer um esforço descomunal para não desmoronar, para não olhar para os lados e entregar os pontos.
Porque naõ posso, simplesmente não posso.
Que nem mesmo com o dia ensolarado ou com as belezas da vida a saltar em frente aos meus olhos consigo acreditar no caminho que mereço, no potencial emocional que tenho.
De vez em quando penso em como seria deixar o tempo correr e só ficar a observar, e esperar as consequências do mundo ao meu redor.
Talvez fosse tão mais fácil respirar, seguir e viver o resto da semana, do mês, da vida.
Pois eu também tenho dias assim!!!!!!!!!!!!
É em momentos cinzentos como estes, é quando o meu interior soa desesperançoso e sem poder de reacção, que a realidade vem à tona.
O coração deve continuar a bater.
Eu tenho que lutar contra as minhas dores, lamber as minhas feridas e a minha implicante autossabotagem e não desistir de tudo. Posso desistir dos relacionamentos incertos e dos caminhos traiçoeiros, mas tenho que lutar pela pessoa em quem me posso tornar, das coisas que posso alcançar.
Não, não mesmo, não me posso sabotar.
Porque pertencer-me não é só uma questão de encontrar o meu lugar no universo, ou mesmo de saber o meu papel sobre as vidas que toco e onde participo.
E há uma vida que ainda depende muito de mim.
Aprendi que valorizar vem através da resiliência, do apego e do respeito próprio.
O apego à minha pessoa e aos meus.
E ainda que acordar e até dormir seja uma tarefa dolorosa às vezes, desistir de mim não martela mais nos meus pensamentos.
É um começo para cada novo sorriso.
Mas todos temos dias assim não?