UMA FILHA DESCONHECIDA!!!!
Quando adotamos um filho ouvimos todo o tipo de comentários, perguntas e previsões. Como já escrevi aqui no Blog tem dias que a gente ri, outros em que choramos. Depende da fase, do momento, da disposição que temos naquele momento.
Se juntarmos todos os comentários é possível notar um tema recorrente: medo do amor.
” Acho muito fixe quem adota, mas fico a pensar se o amor é o mesmo…”
“Morro de vontade de adotar, mas tenho medo de não conseguir gostar do filho adotado.
” Que lindo seu gesto ! É um gesto muito nobre.Esta para mim é da piores.
” Eu queria um filho meu… porque não sei se dá para amar uma pessoa que não saiu de dentro de mim”.
” Acho complicado colocar uma pessoa desconhecida na nossa vida. Nunca se sabe o dia de amanhã e se vai dar para amar como a gente quer”.
"E se a criança mais tarde virar toxicodependente, alcoolica, delinquente". Esta ouvi de uma amiga cujo marido não quis adoptar após várias tentativas falhadas de inseminações.
Cabe-nos educá-los para que isso não aconteça, mas o que eles querem do futuro, depende única e exclusivamente deles.
Quantos filhos biológicos não seguiram esse caminho? Bem provavelmente estou errada, só acontece ao adoptados, perdoem a minha ignorâcia.
Muito bem. Aqui ilustrei as frases mais comuns. Mas elas giram sempre em torno disso: amor e medo. Interessante notar como se fala em amor como se fosse algo que está pre-determinado, algo que a gente já sabe de onde vem e como funciona. Bendita mania do ser humano de controlar tudo, até o que sente. Raios!!!
Então vamos lá. Vou deixar aqui minha resposta padrão, aquela que ofereço nos dias em que estou bem disposta e bem humorada, quando ouço essas perguntas e comentários:
– No amor, tudo se trata de conexão. Porque todos nós bem sabemos que é possível amar um amigo e não um familiar. Porque sabemos que não escolhemos quem amamos, mas quando estamos dispostos, ligamo-nos a quem queremos e o sentimento acontece. Da mesma forma que escolhemos nossa família na vida adulta (e nem sempre é nossa família “de sangue”) podemos adicionar ainda membros desconhecidos. Ou seja, trata-se de conexão. Como diz lindamente a expressão em inglês: It´s all about conexion.
Muitas vezes, as mesmas pessoas que dizem terem feito dos melhores amigos a sua família, afirmam ter dificuldade para entender o processo de adoção. Ok, um filho não é um amigo. Mas se a gente estiver com a mesma disponibilidade de cuidar, de se entregar e também de entender o outro (como fazemos ao longo da vida toda) notaremos que a relação se constrói e o amor cresce, prospera, dá frutos e se fortalece. Assim como toda relação terá seus momentos difíceis, de estranhamento, de cansaço, de desânimo. Mas isso também é parte da conexão, afinal, só uma pessoa muito ingénua acha esta relação não comporta crises e dificuldades.
É possível aprender a amar. É possível inserir alguém na nossa vida e amar esse alguém sem restrições. O coração não elege, é a mente que faz isso. Por tudo isso é possível amar um desconhecido. Porque, muitas vezes, somos desconhecidos de nós mesmos e aprendemos a amar-nos até no escuro. Mal de nós se assim não fosse!!! As nossas exigências garantem uma rotina de controle e suposta segurança. Porém, quem escolhe não é nossa mente, e sim nosso coração. E a partir daí basta deixar a alma vibrar e conectar.
MAIS UMA VEZ O MEDO SEMPRE O MEDO.
O MEU MAIOR MEDO É NÃO ESTAR CÁ ATÉ A MINHA FILHA SER AUTÓNOMA, ESSE É O MEU MAIOR MEDO, ACREDITEM QUE NESTE MOMENTO DA ADOLESCÊNCIA, NÃO É FÁCIL, MAS AINDA TENHO CONTROLO AS SITUAÇÕES, E LÁ A VOU "ASSUSTANDO" QUANDO VEJO QUE O CAMINHO POR ONDE ELA VAI NÃO É O CORRECTO, AINDA CONSIGO FAZER ISSO, E COM ELA SÓ FUNCIONA COM O "SUSTO" ( POSTERIORMENTE EXPLCAREI COMO) PARA NÃO PENSAREM " É PÁ MAS ESTA MÃE ASSUSTA A PRÓPRIA FILHA!!!
NÃO SEI O QUE O FUTURO NOS RESERVA, QUANDO DIGO "NOS" É PELO SIMPLES MOTIVO QUE TUDO O DE BOM OU MAU QUE ELA ESCOLHER IRÁ SEMPRE ATINGIR-ME.